05 julho 2012

Bessinha


10 comentários:

Anônimo disse...

Nova Versão Condor

Com data de 2009, o relatório da Embaixada norte-americana em Assunção, Paraguai, descrevia em detalhes como seria a deposição do então presidente Fernando Lugo, realizada agora, em 2012. A divulgação desse relatório foi feita pelo site Wikileaks.

Trata-se da Nova Operação Condor, sucessora direta da antiga Operação Condor, outrora administrada pelas ditaduras, principalmente no chamado Cone Sul. Essa nova versão, agora tem ingredientes diversos, que incluem a falsa legalidade e democracia, tudo embalado e travestido num venenoso pacote golpista. Encontra-se ativa e operante, sempre na espreita do melhor momento para dar o bote.

Forest Gump
05-07-2012

Anônimo disse...

Golpe três em um

Fernando Lugo, ex-bispo de esquerda, adepto da Teologia da Libertação, elegeu-se presidente do Paraguai com o apoio popular e da massa campesina, que luta pela terra e contra o latifúndio. Na chapa vitoriosa estava o vice-presidente Federico Franco, do Partido Liberal, um partido de direita. Assim, conseguiu vencer o Partido Colorado, outro grande partido de direita, que governou o país por quase 50 anos.

O presidente Lugo, sem ter um partido político forte para lhe dar apoio político era um estranho fora do ninho, não tinha uma bancada parlamentar no Congresso paraguaio. Para governar, precisou fazer concessões, aliar-se ao Partido Liberal, e negociar com os colorados.

Lugo foi fustigado por esses partidos da oligarquia golpista. E, depois de mais de três anos, uma das bandeiras de campanha, a reforma agrária, avançou pouco. Idem para o combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas, etc. Ele conseguiu uma grande vitória, renegociou o preço da energia da Usina de Itaipu, graças a compreensão política e solidariedade do então presidente do Brasil Lula da Silva.

Os parlamentares paraguaios esconderam dos governos dos países vizinhos que são seus sócios no Mercosul, e dos quais dependem muito. Mas, combinaram tudo de maneira secreta com a Embaixada dos Estados Unidos, uma conversa iniciada desde 2009, conforme documento revelado pelo WikiLeaks. E o mais grave, o interlocutor paraguaio era exatamente o vice-presidente Federico Franco.

Lembrar que a partir do ano acima citado, o presidente Lugo denunciou diversas vezes as atividades dos setores da ultradireita paraguaia no sentido de desestabilizar o seu governo. Mas, faltando apenas nove meses para o final do mandato do presidente Fernando Lugo, tomaram uma medidada radical e desnecessária, que surpreendeu os vizinhos e sócios. Em outras palavras, preferiram seguir o combinado com os agentes norte-americanos.

Nessa primeira fase do teste tudo combinado para enganar os parceiros com o golpe branco, dado por parlamentares e apoiado pelo judiciário, ambos golpistas. A direita golpista desejava evitar a possibilidade de continuidade de um governo que pretendia reformar o sistema dominado pela polaridade entre duas alas, a direita e a ultradireita. Agora estão se lamentando, reconhecendo que poderão ser prejudicados, etc.

Mas, os parlamentares e o vice-presidente paraguaio sabiam das cláusulas assinadas e a serem obedecidas pelos países membros do Mercosul e também da Unasul. Agora, falam em direitos e tempo para explicações e defesa, coisa que negaram ao presidente deposto.

A segunda fase visa rebentar a porteira da democracia regional, intimidar, testar para ver até onde pode ir o bloco do Mercosul e da Unasul. Este é objetivo maior desta conspiração golpista, dirigida por agentes internos e externos. O Mercosul e a Unasul deve agir com cautela, mas sem deixar abrir brecha. Por enquanto, a suspensão está de bom tamanho. Aprovar a entrada da Venezuela no Mercosul foi a melhor decisão tomada até o momento.

Chico Barauna
05-07-2012.

Anônimo disse...

Paraguai, o elo mais frágil

O golpe baseado da teoria norte-americana do "soft power" fica cada vez mais aperfeiçoado, conforme foi visto no Paraguai. Em sua primeira fase não tem tanques nas ruas, mas o aparato militar fica de prontidão para agir a qualquer momento, ou numa fase posterior.

Esse novo tipo de golpe (parlamentar, judicial, eclesiástico e militar) funciona assim. Os parlamentares iniciam o processo fulminante, o poder judiciário diz que foi tudo legal, o eclesiástico reza e diz amém, e os militares na retaguarda garantem a manobra do golpe. Foi assim que o vice-presidente Federico Franco, golpista de primeira hora, traiçoeiramente se apropriou do poder.

Mas, tudo isto somente funciona se houver internamente uma elite que represente as oligarquias de direita e pró-imperialistas, com grande apoio no Parlamento, no Judiciário, no clero, entre os militares e na mídia golpista. Contudo, esse contexto varia de país, sendo cada caso um caso. Por isto, entre os golpes de Honduras e o do Paraguai existem diferenças.

A meta é desestabilizar os processos de mudanças que ocorrem na América Latina. No Mercosul, o Paraguai era o elo mais frágil da corrente. Antes, a Venezuela, a Bolívia, o Equador e a Nicarágua enfrentaram e resistiram contra diferentes tipos de golpes. Tentaram desestabilizar a Argentina, nos governos do presidente Nestor Kirtchner e da presidenta Cristina Kirtchner. Em 2005 foi à vez do Brasil, no governo do presidente Lula da Silva, quando ensaiaram um movimento golpista usando o caso do "mensalão".

A sabotagem continua na agenda das oligarquias internas, braço direito do imperialismo, sempre a espera do momento oportuno para assaltar os países que lutam para alcançar a independência, o bem estar e qualidade de vida para os seus povos. Faz-se necessário caminhar unido, para combater qualquer tipo de golpe, evitar o retrocesso e manter a democracia. A união faz a força.

Pedro Paraupaba
05-07-2012

Anônimo disse...

ABC do Mercosul

O Mercosul foi criado em 1991, mas inicialmente o bloco não foi imaginado para ser um meio de promover o desenvolvimento econômico de cada país membro, muito menos o desenvolvimento do bloco de países. O objetivo maior era a abertura neoliberal do comércio, visava assim atingir uma etapa para permitir eliminar as barreiras ao comércio e a plena inserção na economia nacional.

Foram os governos dos presidentes da Argentina (Carlos Menem ), do Brasil (Fernando Collor), do Uruguai (Luis Alberto Lacalle), e do Paraguai (general Andrés Rodríguez), que defenderam a plena execução das políticas traçadas pelo chamado Consenso de Washington.

Esse Consenso significava desregulamentar, privatizar, abrir tudo ao capital estrangeiro e remover as barreiras ao comércio. Esta era a receita de política
econômica ditada como verdadeira pela propaganda governamental dos Estados Unidos, que garantia que esta era a maneira certa para se promover o desenvolvimento econômico e social.

Foram os governos populares que mudaram a rota suicida e trataram de consolidar o bloco visando o desenvolvimento de cada país e dos países do bloco econômico. A partir desta fase o Mercosul tomou outro rumo, se fortalece e tende a se ampliar. Mas isto incomoda muito, por isto existe uma trama para enfraquecer e detonar esse bloco econômico, sendo os golpistas paraguaios uma parte dessa trama, interna e externa. A caminhada é longa e a luta continua.

Chico Barauna
05-07- 2012.

Anônimo disse...

ALCA

A partir da posse de Hugo Chávez, na Venezuela, depois com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil, e depois, com a eleição e posse de outros presidentes populares e progressistas, aconteceu a mudança na correlação de forças que viabilizou a derrota da ALCA - Área de Livre Comércio das Américas.

Essa armadilha neoliberal norte-americana visava inviabilizar o MERCOSUL, desarticular e desintegrar economicamente qualquer tipo de integração Latino-americana.

Essa arapuca foi enterrada em Mar del Plata, pela união e a liderança principal da Argentina, Brasil, Venezuela, que foram seguidos pelos outros países sul-americanos. Depois disto e com muita luta, vieram outras vitórias, conforme foi o caso da UNASUL e mais recentemente a CELAC.

José Cirilo Nhandui
05-07-2012

Anônimo disse...

ABC do Mercosul - 2

Os países membros plenos são: Argentina, Brasil e Uruguai. Os países associados são: Bolívia, Equador, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela. Todos expressaram uma "condenação à ruptura da ordem democrática ocorrida na República do Paraguai".

Ministros das Relações Exteriores de países que integram o Mercosul se reuniram até o dia 28-06-2012, quando discutiram a situação política no Paraguai. No dia seguinte, em 29 de junho, iniciou-se a reunião da cúpula, em Mendoza, na Argentina, onde os chefes de Estado se reuniram por ocasião da Cúpula de Chefes de Estado.

A presidenta Dilma Rousseff, do Brasil, embarcou no dia 28 de junho para a Argentina. Nessa reunião, além da crise no Paraguai, debateram a proposta de
acordo de livre comércio entre a China e o Mercosul. O Paraguai foi
oficialmente suspenso do bloco até que realize as eleições que antes já estavam previstas, em ambiente normal e democrático, portanto foi uma penalidade leve, nada grave.

Lista dos países que chamaram para consultas seus respectivos embaixadores sediados no Paraguai, listados por ordem alfabética: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, Venezuela. Nove governos chamaram de volta os seus embaixadores no Paraguai.

Tudo foi feito pelo Protocolo Ushuaia I (1998), que fixa procedimentos e sanções. Esse Protocolo determina que uma Comissão de Ministros do Exterior do Mercosul visite o país para avaliar e informar a situação de golpe, etc. Depois, os presidentes reunidos ponderam e decidem se deve ser aplicado as sanções, e em caso positivo, qual delas seria aplicada. Tem ainda o Protocolo
Ushuaia II, que detalha melhor essas sanções.

Os países do bloco (Argentina, Brasil e Uruguai), procederam corretamente e nada fizeram fora da normalidade democrática. O único país que agiu de maneira
abrupta, fora da normalidade democrática foi o Paraguai, e por isto, foi suspenso. Os
"questionamentos" vem da mídia que apoiou, apoia e faz apologia ao golpe paraguaio. Ficam por conta das mentiras e fofocas inventadas pela mídia golpista, do tipo PigNews, nativa ou internacional.

Chico Barauna
06-06-2012.

Anônimo disse...

ABC do Mercosul - 2
Data correta do texto, 06-07-2012).
Chico Barauna.

Anônimo disse...

Base estrangeira

Um detalhe muito importante, lembrar que, Fernando Lugo, o presidente deposto do Paraguai, era contra a permanência da Base Mariscal Estigarribia, uma base militar norte-americana, perto da fronteira com o Brasil. Ficou claro ou precisa dizer mais alguma coisa !?

Paulina Paraupaba
06-07-2012

Anônimo disse...

Brasil forte

Foi fundamental o apoio do Brasil e da Argentina a favor da iniciativa bolivariana de acabar com a ALCA, sem este apoio a iniciativa não teria prosperado com sucesso. Portanto, um Brasil poderoso é uma barreira para os projetos do imperialismo na América do Sul, e até na América Latina.

José Cirilo Nhandui
06-07-2012

Anônimo disse...

Mercosul

"Precisamos de mais Mercosul e mais parceiros no Mercosul. Somemos a força das nossas economias. Esse processo de ampliação só nos fortalece. Esse processo é inadiável e não deve ser obstacularizado por interesses menores. Devemos fazer o maior esforço para trazer a Venezuela para dentro do Mercosul". [Presidenta Dilma Rousseff, 42ª Cúpula do Mercosul, Uruguai].
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Copiado por Chico Barauna
21-12-2011.