05 fevereiro 2012

Cardozo diz que policiais que cometerem crimes na Bahia vão para presídios federais

Luciana Lima - Repórter da Agência Brasil

Brasília - Ao visitar a Bahia hoje (4), no quarto dia da paralisação da Polícia Militar (PM), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que, por solicitação do governo do estado, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) já reservou vagas em presídios federais para encaminhar, se necessário, policiais que tenham cometido algum tipo de crime durante o movimento grevista. Cardozo se reuniu com o governador da Bahia, Jaques Wagner, e disse que todas as ocorrências criminosas serão tratadas como crimes federais.

"Todos os crimes cometidos nesse período são qualificados como crimes federais e serão tratados como tais. Seremos muito firmes no cumprimento do nosso dever", disse Cardozo em entrevista na Base Aérea de Salvador.

O ministro viajou à Bahia acompanhado do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, e da secretária nacional da Segurança Pública (Senasp), Regina Miki. Cardozo considerou “inaceitável” a forma como os policiais estão conduzindo a greve. "O Estado de Direito não permite o abuso do próprio direito. Isso [a greve], da forma como está sendo tratado, é inaceitável."

Pelo menos 12 mandados de prisão já foram expedidos contra militares grevistas. Hoje, o governador Jaques Wagner descartou a possibilidade de concessão de anistia militar para todos os envolvidos no movimento grevista, uma reivindicação feita pelo conjunto das associações que representam PMs na Bahia.

“Sou um democrata convicto e a única regra que faz a democracia funcionar é o respeito à lei”, disse o governador, que fez questão de ressaltar que não se trata de uma ato de “arrogância ou de intolerância” do governo. “Se alguém depreda ônibus, depreda o carro da polícia, se alguém sai na rua atirando para cima, isso tudo é crime”.

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia estima que um terço da Polícia Militar do estado esteja parada. O efetivo conta com 31 mil policiais.

Edição: Juliana Andrade

2 comentários:

Anônimo disse...

Manual

Resta saber de qual manual estão tirando esse modelo de greve-motim policial. Se de um modelo nativo ou importado, ou as duas coisas. Uma tentativa de criar instabilidade política, a partir de manipulação das polícias em todo país.

José Cirilo
06-02-2012

Anônimo disse...

Modelo testado

Em 30 de setembro de 2010 esse modelo combinado de greve e motim policial foi testado no Equador, com mortos e muitos feridos. O presidente Rafael Correia foi ao local para negociar, mas terminou sitiado pelo movimento, tendo sido resgatado por tropas legais no meio de um tiroteio. Depois, ficou devidamente constatado a tentativa de um golpe organizado pelas forças da direita nativa com a colaboração dos serviços secretos estrangeiros na tentativa de derrubar o governo progressista de Rafael Correa.

Chico Barauna
06-02-2012.