10 novembro 2011

Políticos abatidos por Lula tentam recomeço


247

– Eles ainda não se recuperaram. Depois de passar anos no poder, ex-senadores, ex-prefeitos e até um ex-vice-presidente de partidos de oposição que perderam a disputa por cargos eletivos durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tentam se reerguer. E, diga o que quiser, mas pelo menos de soberbos eles não podem mais ser acusados.

As eleições municipais de 2012 devem marcar o retorno à política de caciques que perderam o posto por se opor ao governo Lula nos últimos oito anos, e pela entrada mais humilde. O ex-vice-presidente da República e ex-senador Marco Maciel (DEM-PE), o ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM-RJ) e os ex-senadores Heráclito Fortes, Arthur Virgilio e Tasso Jereissati perderam as últimas eleições para candidatos do governo e cogitam se candidatar a vereadores de suas cidades no próximo pleito.

A verdade é que eles foram punidos por ousar desafiar o poder e o prestígio do então presidente Lula. E a mágoa ficou bem clara nos discursos de despedida de alguns deles. Em sua última manifestação como senador, Tasso Jereissati classificou o líder do PT como “uma decepção” e o comparou a Macunaíma, o “herói errático” de Mário de Andrade que andava pelo mundo sem plano que “não seja a sobrevivência”.

Heráclito Fortes, por sua vez, criticou os elogios de Lula ao povo do Piauí por não ter reeleito Mão Santa e o próprio Heráclito ao Senado. Na ocasião, o ex-senador pelo Piauí comparou Lula a Hitler – pois os dois pregariam a ditadura como forma de governo – e se referiu ao então presidente como “bêbado”. Arthur Virgílio não deixou por menos e criticou Lula por "fazer telemarketing" para os candidatos que o derrotaram no Amazonas.

A postulação dos outrora figurões da política nacional a vagas nas câmaras municiais é, no fundo, uma estratégia de seus partidos para tentar recuperar o espaço perdido nos últimos anos. Com nomes fortes, de expressão nacional, eles dificilmente perderão disputas em nível municipal. Mas, recomeçando de tão baixo, até onde – e em quanto tempo – eles conseguirão chegar?

Nenhum comentário: