04 abril 2012

E se o Demóstenes desse um tiro na cabeça?

Que decepção, né?'

por Maria Lima, Fernanda Krakovics e Isabel Braga O Globo - 04/04/2012

Amigos de Demóstenes dizem que ele tem comportamento bipolar

 BRASÍLIA. A sensação de companheiros de partido e de atuação parlamentar, desde que estourou o escândalo da Operação Monte Carlo, é que o senador Demóstenes Torres (sem partido) perdeu a identidade e não sabe o que fazer agora com um personagem que incorporou nos últimos anos. Os poucos que conseguiram ser recebidos pelo senador goiano recentemente relatam comportamento bipolar, em que ele faz menção a si próprio como uma segunda pessoa. Isolado, mais magro e demonstrando certa frieza, Demóstenes não tem conselheiros políticos. Está se fiando no aspecto jurídico.

Debruçado nos autos do processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), se trancou com o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro em busca de uma saída jurídica para tentar manter o mandato, o foro privilegiado e não ser preso.

Lembrando de uma fala de Demóstenes no programa de TV do DEM, em 2011, em que ele diz que o partido não passa a mão na cabeça de corruptos e criminosos, o ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), da Executiva nacional, comentou:

- Demóstenes traiu o próprio personagem que criou, e estamos usando o que dizia o personagem para fazer justiça. Era um problema patológico, de dupla personalidade. Podemos ficar poucos, mas vamos ficar. No partido vão ficar as pessoas coerentes.

Na quinta-feira, depois de muita negociação, Demóstenes recebeu em sua casa o líder e presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), e o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), seu amigo pessoal. Foi uma conversa dolorosa, segundo os participantes.

- O Demóstenes estava monossilábico. Murmurava coisas sem nenhum raciocínio lógico - relatou um dos presentes.

Quando um dos três comentou sobre a estupefação nacional diante das revelações de que o defensor da ética e esteio da oposição no Senado estava envolvido num esquema liderado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, Demóstenes baixou a cabeça e concordou:

- Que decepção né?

2 comentários:

Anônimo disse...

Criacionismo

Vejam o que estão criando, inventando, arrumando. Agora suspeitam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) tem problemas patológicos, de dupla personalidade. Mas, nada foi dito antes, quando o senador, do alto da tribuna, esbanjava honestidade, ele era ilibado e quase perfeito. Essa gente é de um cinismo sem fim.

Agora, um grupo, de senadores e deputados, transformou-se em "psiquiatras e psicanalistas", falam até em suicídio, algo grave. Na verdade, o suicídio é uma atitude extrema, mas não precisa ficar em depressão profunda ou loucura para alguém tomar esta decisão. Existem diversos casos onde esse ato foi praticado por uma decisão consciente.

Se vivo fosse, Freud provavelmente diria, trata-se de um surto de desejo coletivo, para resolver de maneira conveniente o vexame de muita gente. Contudo, o fenômeno em estudo ultrapassa o desejo, a imaginação. Existe o medo dos outros, medo que seja revelada a parte que cabe a cada um nesse latifúndio da corrupção sustentada.

Mas, onde os pilantras foram se inspirar !? Vejamos, registra a história que, Demóstenes, o grego, ao ver-se cercado pelos soldados de Antípatro, resolveu praticar o suicídio para ser preso pelo inimigo. Sabe-se que isto era um ato de bravura dos grandes guerreiros, relativamente comum, sejam gregos, romanos, ou de outra origem.

Portanto, o bravo grego nada tem a ver com o goiano, a única semelhança se limita ao primeiro nome. Assim, o senador Demóstenes (ex-DEM), não vai e nem deve se suicidar, a probabilidade até existe, porém, é uma função que tende para zero. Afinal, por qual motivo faria !? Diferente do grego, ele está rodeado de amigos !!

Chico Barauna
04-04-2012.

Anônimo disse...

Multipolar

Era um comportamento multipolar, aquele que todo político demagogo tem, aquela que todo corrupto e corruptor costuma ter. Uma quadrilha precisa de gente multipolar.

Essa invenção de bipolaridade é conversa jogada fora, para livrar a cara dos parlamentares que correram feito doidivanas para defender o senador Demóstenes Torres (ex-DEM). Entre outros, destacou-se o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que fez um aparte com enorme apologia. Agora, com a língua queimada e a cara de tacho, inventam a farsa da bipolaridade.

José Cirilo
05-04-2012