Por Izaías Almada, no Blog da Boitempo
Elevado à invejável condição de conselheiro da oposição venezuelana ao presidente Hugo Chávez (provavelmente a oposição mais incompetente e retrógrada da América Latina) e tal qual um Dom Quixote às avessas, o sociólogo e ex-senador da República,Fernando Henrique Cardoso, que durante oito anos ocupou a presidência da República Federativa do Brasil, tem aproveitado alguns espaços que lhe concede a mídia nativa para deitar falação sobre aquilo que entende ser ainda da sua competência, investindo contra moinhos da sua não tão rica imaginação.
Conhecido por sua capacidade em ser prolixo ou mesmo de causar alguma entropia ao expressar o próprio pensamento, questão abordada com acuidade pelo pensador e humorista Millôr Fernandes, o incansável sociólogo costuma perorar contra o findo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, arriscar algumas profecias sobre o que poderá ser o governo da presidenta Dilma Roussef e, ainda sob a ressaca da derrota de seu fiel escudeiro nas últimas eleições presidenciais, arriscar opiniões sobre os caminhos que a oposição brasileira deveria trilhar nos próximos anos, como, por exemplo, deixar o povão de lado e se embrenhar mais pelos rincões da classe média de cabeça feita pela velha mídia e por alguns blogues limpinhos e cheirosos. Ou que seu partido deve se aliar ao que de mais conservador existe no cenário partidário no Brasil, o DEM.
Dele, disse há algum tempo Millôr Fernandes em um de seus implacáveis escritos:
“De uma coisa ninguém podia me acusar — de ter perdido meu tempo lendo FHC (superlativo de PhD). Achava meu tempo melhor aproveitado lendo o Almanaque da Saúde da Mulher. Mas quando o homem se tornou vosso Presidente, achei que devia ler o Mein Kampf (Minha Luta, em tradução literal) dele, quando lutava bravamente, no Chile, em sua Mercedes (“ A mais linda Mercedes azul que vi na minha vida”, segundo o companheiro Weffort, na tevê, quando ainda não sabia que ia ser Ministro), e nós ficávamos aqui, numa boa, papeando descontraidamente com a amável rapaziada do Dops-DOI-CODI.”
Como todo bom autista político, o senhor FHC diz que seu partido deve esquecer o povão. E eu pergunto: desde quando o PSDB, em especial o paulista, se preocupou com o povão? Nos anos dourados do neoliberalismo e do convescote peessedebista em São Paulo, a mídia, a classe política neoconservadora e sua particular e encomiástica turma acadêmica enchiam o peito e babavam com as sandices (sempre ditas com o ar de ciência política) proferidas pelo louvado sociólogo. Cito uma vez mais Millôr Fernandes:
“O que me impressiona é que esse homem, que escreve mal — se aquilo é escrever bem, o meu poodle é bicicleta — e fala pessimamente — seu falar é absolutamente vazio, as frases se contradizem entre si, quando uma frase não se contradiz nela mesma, é considerado o maior sociólogo brasileiro.
Nunca vi nada que ele fizesse (Dependência e Desenvolvimento na América Latina, livro que o elevou à glória, é apenas um Brejal dos Guajas mais acadêmico) e dissesse que não fosse tolice primária. “Também tenho um pé na cozinha”, “(os brasileiros) são todos caipiras”, “(os aposentados) são uns vagabundos”, “(o Congresso) precisa de uma assepsia”, “Ser rico é muito chato”, “Todos os trabalhadores deviam fazer checape”, “Não vou transformar isso (a moratória de Itamar) num fato político”. “Isso (a violência, chamada de Poder Paralelo) é uma anomia”. “E por aí vai…”
FHC é hoje uma figura patética. Uma espécie de cavaleiro da triste figura e que não tem nada de ingênuo nos seus ideais. Ele e seu fiel escudeiro José Serra nem de longe nos comovem como os personagens de Cervantes. Pelo contrário: o mundo que enxerga esse senhor e as fantasias que dele faz, apenas confirmam o seu descompasso com esse vigoroso Brasil que surgiu após o seu desastroso, entreguista, incompetente e não menos corrupto governo.
O país deveria não só esquecer o que esse senhor escreveu, mas também apagar de sua memória histórica esse personagem de tão triste figura.
Conhecido por sua capacidade em ser prolixo ou mesmo de causar alguma entropia ao expressar o próprio pensamento, questão abordada com acuidade pelo pensador e humorista Millôr Fernandes, o incansável sociólogo costuma perorar contra o findo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, arriscar algumas profecias sobre o que poderá ser o governo da presidenta Dilma Roussef e, ainda sob a ressaca da derrota de seu fiel escudeiro nas últimas eleições presidenciais, arriscar opiniões sobre os caminhos que a oposição brasileira deveria trilhar nos próximos anos, como, por exemplo, deixar o povão de lado e se embrenhar mais pelos rincões da classe média de cabeça feita pela velha mídia e por alguns blogues limpinhos e cheirosos. Ou que seu partido deve se aliar ao que de mais conservador existe no cenário partidário no Brasil, o DEM.
Dele, disse há algum tempo Millôr Fernandes em um de seus implacáveis escritos:
“De uma coisa ninguém podia me acusar — de ter perdido meu tempo lendo FHC (superlativo de PhD). Achava meu tempo melhor aproveitado lendo o Almanaque da Saúde da Mulher. Mas quando o homem se tornou vosso Presidente, achei que devia ler o Mein Kampf (Minha Luta, em tradução literal) dele, quando lutava bravamente, no Chile, em sua Mercedes (“ A mais linda Mercedes azul que vi na minha vida”, segundo o companheiro Weffort, na tevê, quando ainda não sabia que ia ser Ministro), e nós ficávamos aqui, numa boa, papeando descontraidamente com a amável rapaziada do Dops-DOI-CODI.”
Como todo bom autista político, o senhor FHC diz que seu partido deve esquecer o povão. E eu pergunto: desde quando o PSDB, em especial o paulista, se preocupou com o povão? Nos anos dourados do neoliberalismo e do convescote peessedebista em São Paulo, a mídia, a classe política neoconservadora e sua particular e encomiástica turma acadêmica enchiam o peito e babavam com as sandices (sempre ditas com o ar de ciência política) proferidas pelo louvado sociólogo. Cito uma vez mais Millôr Fernandes:
“O que me impressiona é que esse homem, que escreve mal — se aquilo é escrever bem, o meu poodle é bicicleta — e fala pessimamente — seu falar é absolutamente vazio, as frases se contradizem entre si, quando uma frase não se contradiz nela mesma, é considerado o maior sociólogo brasileiro.
Nunca vi nada que ele fizesse (Dependência e Desenvolvimento na América Latina, livro que o elevou à glória, é apenas um Brejal dos Guajas mais acadêmico) e dissesse que não fosse tolice primária. “Também tenho um pé na cozinha”, “(os brasileiros) são todos caipiras”, “(os aposentados) são uns vagabundos”, “(o Congresso) precisa de uma assepsia”, “Ser rico é muito chato”, “Todos os trabalhadores deviam fazer checape”, “Não vou transformar isso (a moratória de Itamar) num fato político”. “Isso (a violência, chamada de Poder Paralelo) é uma anomia”. “E por aí vai…”
FHC é hoje uma figura patética. Uma espécie de cavaleiro da triste figura e que não tem nada de ingênuo nos seus ideais. Ele e seu fiel escudeiro José Serra nem de longe nos comovem como os personagens de Cervantes. Pelo contrário: o mundo que enxerga esse senhor e as fantasias que dele faz, apenas confirmam o seu descompasso com esse vigoroso Brasil que surgiu após o seu desastroso, entreguista, incompetente e não menos corrupto governo.
O país deveria não só esquecer o que esse senhor escreveu, mas também apagar de sua memória histórica esse personagem de tão triste figura.
3 comentários:
Impressionante como certa esquerda tem dificuldade de reconhecer os acertos dos adversários políticos. Se o Brasil está como está, avançando em direção à inclusão social é também por causa do governo FHC que instituiu no Brasil o estado regulador concedendo a iniciativa privada -- como ocorre nos estados socialmente desenvolvidos -- concessões de serviços que eram péssimamente realizado pelo estado. FHC, por exemplo em seus prolixos artigos (e talvez esse seja seu grande problema), vem elogiando o governo Dilma. E ele acertou na mosca quando falou que hoje é fundamental cativar os corações e mentes da classe dominante, a classe média. Assim vai ser o Brasil daqui para a diante. Quanto a ser assessor da oposição venezuelana mais uma vez acerta FHC, porque se engana aqueles que acha que Hugo Chávez é democrata apenas porque tem popularidade e foi eleito zilhões de vezes. Hitler e Mussolini também eram populares e se elegeram.
Perfumaria
Um conhecido meu com a sua família paulistana, que mora no miolo daqueles bairros centrais da megalópole, veio aqui nos visitar. A gente sempre trata bem os conhecidos e amigos, especialmente os da referida cidade, pois sabemos que esses nossos patrícios costumam estranhar as coisas do Nordeste.
Fizemos uma pequena festa, aperitivo de cachaça (caipirinha), bode guisado e temperado, fejão verde, arroz, macarrão, farinha, molho de pimenta, abacaxi, coentro e outras verduras. Tivemos que tirar o coentro, pois soubemos que eles não suportavam o cheiro, eles preferem a salsa.
Depois da barriga cheia, um cafezinho, e conversa vai e conversa vem. Iniciaram a explicar as novidades da cidade de São Paulo. Nem se lembraram de perguntar, se um de nós entre os matutos, conhecia a cidade. Ficamos ouvindo com atenção e alegria aquela aula inaugural. Ouvimos a estória da locomotiva, et cetera e tal. Lá para as tantas, o visitante-mor diz que a cidade deu início ao Brasil, e foi lá que tudo começou, et cetera e tal.
Um compadre nosso resolveu falar. Ochente, o Brasil foi descoberto pela Bahia, mas na prática ficou abandonado. A colonização somente começou 34 anos depois, aqui perto, em Igaraçu, Pernambuco, primeiro lugar onde Duarte Coelho Pereira pisou com toda a sua família e mais gente que trazia. Ai, deu-se um falatório. Entrei tentando ajeitar a conversa em favor do ilustre visitante.
Mas ele ficou chateado e disse fazendo jeito de brincar, você e seu compadre são dois matutos dos grotões. Ele pensou que eu fosse ficar com raiva. Respondí, agora o amigo acertou cem por cento e disse a verdade. Ele ficou espantado, sem entender, mas estava todo mundo rindo, ele terminou rindo também. Ficou tudo em paz.
Mais tarde os visiantes foram embora, e pelo jeito, estavam satisfeitos. Então, aproveitei para falar ao meu compadre metido a historiador, na tentativa de explicar aquela atitude do paulistano. Mas, ele me disse, olha compadre, esse pessoal é que nem "fresh kancan de caron"...!!
Perguntei, como se escreve isto, ele me disse, eu não sei só sei falar. Mas, como eu posso escever esta palavra? Compadre, isto é uma palavra francesa e escreva do jeito que você ouviu. Mas afinal, o que diabo é isto? Ele respondeu, compadre é perfumaria, perfume francês falsificado.
Pois é isto, FHC é no mínimo, um "fresh kancan de caron".
Chico Barauna
19-05-2011.
Todas as pessoas que leram FHC e falaram comigo asseveraram que suas obras em colaboração com outros sociólogos (Florestan Fernandes, Octavio Ianni etc) são as melhores. Logo... A propósito, há na fauna brasileira um passarinho que não faz ninho, deposita seus ovos no ninho de outroa pássaros.
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