Papa diz em novo livro que Jesus não era ‘revolucionário’
por Assimina Vlahou - de Roma para a BBC Brasil
No segundo volume de seu livro sobre a vida de Jesus, lançado oficialmente nesta quinta-feira, o papa Bento 16 afirma que o Cristo não era um “revolucionário”.
Leia mais sobre o que afirma o Abutre de Roma aqui
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Biografia histórica
Ao se aplicar a metodologia da História para elaborar a biografia de Jesus Cristo, a tarefa se torna inviável porque somente pode ser feita através da versão bíblica, na qual, Cristo foi totalmente envolvido por dogmas, mistérios e milagres. Foi assim antes de nascer, no nascimento, durante a vida, na morte, depois da morte, ao ressuscitar e ao subir ao Céu.
Os filósofos e estudiosos que tentaram elaborar uma biografia histórica de Jesus Cristo, todos eles fracassaram nas diversas tentativas feitas, esbarram nos referidos dogmas, mistérios e milagres.
Na tentativa de buscar uma justificativa, afirma-se que Jesus Cristo nada teria deixado escrito, e tudo que falou foi transmitido apenas verbalmente para os seus apóstolos ou discípulos. Mas, isto nunca foi um problema, porque o filósofo Sócrates, também nada deixou escrito, usava apenas a palavra.
Sócrates viveu, cinco séculos, antes de Cristo, contudo, ninguém duvida que ele tenha existido, nem dos seus discípulos, entre os quais citamos Aristipo, Xenofonte, Aristóteles, Euclides, Fedon, Esquino, Platão. Estes discípulos transmitiram os ensinamentos recebidos. A legitimidade do mestre e dos seus seguidores, nunca foi questionada. Mas, Sócrates nasceu, cresceu, viveu como uma pessoa humana, e deixou ensinamentos racionais sem mistérios ou milagres, e os seus discípulos foram igualmente de existência comprovada. E assim, todos entraram para a História.
No caso de Jesus Cristo, ao se admitir a versão bíblica, pode-se notar que ele resultou de um verdadeiro labirinto de citações contraditórias, inconsistentes, absurdas, irracionais, onde ele somente aparece como uma lenda, um milagreiro, longe de uma realidade humana, portanto histórica.
No ano 33, o Império Romano admitia religiões diferentes, por isto ainda não estava interessado em crenças, mas sim em manter os domínios do Império. O papa Bento VI ao afirma que Cristo não foi revolucionário, retira dele o lado humano e a chance de ter sido crucificado, pena máxima aplicada principalmente aos que se rebelavam, ou eram revolucionários. Assim, caberia aqui perguntar por qual motivo Cristo teria sido crucificado.
Francisco Solano de Lima
João Pessoa - PB
11-03-2011.
Nota:
No texto das (18:25, leia-se papa Bento XVI.
Francisco Solano de Lima
João Pessoa - PB
11-03-2011.
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