Folhetos encontrados no local eram assinados em nome da CNBB sem autorização da instituição
Rodrigo Rodrigues
Representantes do Partido dos Trabalhadores de São Paulo descobriram neste sábado uma gráfica no bairro do Ipiranga, zona sul da cidade, que imprimia panfletos atacando o partido da presidenciável Dilma Rousseff. Os folhetos eram assinados com o nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sem autorização da instituição e foram distribuídos nas atividades religiosas organizadas em Aparecida (SP), no início da semana.
O pai do dono da Editora Gráfica Panda, Paulo Ogawa, disse que os panfletos foram encomendados pelo bispo Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, da diocese de Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo. Segundo ele, o bispo encomendou 2 milhões e 100 mil exemplares.
do panfleto, que seriam distribuídos em igrejas e eventos religiosos católicos. Os panfletos tinham o logo da CNBB e chamava atenção para a defesa que o PT de temas relacionados ao aborto. O partido é favorável à descriminalização do procedimento.
Paulo Ogawa apresentou a carta de Bergonzini pedindo a impressão dos jornais e o recibo de pagamento. O valor pago pelo negócio era de R$ 3 mil a cada 100 mil exemplares impressos. A gráfica foi descoberta pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP).
O jornal com o logo da CNBB é datado de agosto de 2010 e faz duras críticas ao PT. O documento é assinado pelos bispos Nelson Westrupp, Benedito Beni dos Santos e Airton José dos Santos, da regional Sul 1. Embora eles pertençam à CNBB, segundo Dom Pedro Luiz Stringini, bispo auxiliar de São Paulo, os três bispos não tem autorização para usar o logo da entidade.
De acordo com Paulo Ogawa, no contato inicial feito pelos representantes da diocese de Guarulhos, o bispo pediu a impressão de 18 milhões de exemplares do documento, mas ele disse que não tinha condições de atender ao pedido, em virtude da mão de obra e dos vários outros pedidos acumulados.
“Acho que eles devem ter procurado outras gráficas para imprimir o resto. Conosco foram apenas dois lotes. O primeiro entregue em três igrejas há quinze dias, com 1,1 milhão de cópias, e esse agora, que seriam entregues neste semana”, disse Ogawa.
Por conta de atos como esse dentro da própria igreja católica paulista, os membros da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil estão reunidos em Itaici, interior de São Paulo neste final de semana, para deliberar sobre o uso político da fé. Ao final do encontro, os bispos devem divulgar uma carta desautorizando o uso do nome da igreja em panfletos políticos.
Um comentário:
Depois que a imprensa mostrou panfletos com símbolos da CNBB e o Silas Malafaia fazendo propaganda para o hipócrita Zémentirososserra,vejo que isso tudo virou um grande negócio.A teoria religiosa que pregam raras vezes são colocadas em prática.O fruto dessa teoria estamos vendo serem recolhidas em benesses para si próprios terem conforto em seu abrigos que mais se parecem palacetes,com inúmeros empregados,veículos caros nas garagens e assim por diante.Se o Brasil mudou para os pobres a religião também passou a ser de interesse particular de líderes religiosos avessos à justiça social pregadas no livro Sagrado.Seria o fim dos tempos é chegado pela postura partidária das igrejas de modo geral.
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