17 maio 2010

Lula, na surdina, faz diplomacia com D maiúsculo


Francesa liberada foi presente para o Brasil, diz Ahmadinejad

Por Fernando Exman

TEERÃ (Reuters) - Apesar de ainda não ter brindado a diplomacia brasileira fechando um acordo sobre o programa nuclear de seu país, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez neste domingo um afago no presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Irã libertou Clotilde Reiss, professora francesa condenada por espionagem depois dos protestos realizados no ano passado contra o governo. Ela ficou presa por 10 meses.

Por meio de um comunicado, o governo francês agradeceu os esforços de Brasil, Síria e Senegal feitos junto ao Irã pela libertação da jovem.

Segundo um ministro brasileiro, ao chegar para um terceiro encontro no dia com Ahmadinejad, durante um fórum empresarial, Lula disse ao presidente iraniano em uma sala privada que estava contente por ter visto na televisão imagens de Clotilde Reiss na França.

"Foi um presente para o Brasil", teria respondido Ahmadinejad a Lula, segundo a fonte.

O presidente do Brasil visita a República Islâmica até segunda-feira. Lideradas pelos Estados Unidos, potências ocidentais acusam Teerã de buscar a fabricação de armas nucleares e defendem a aplicação de sanções contra o país persa pela Organização das Nações Unidas (ONU). O governo de Ahmadinejad nega ter tal intenção, e alega querer a energia nuclear para fins pacíficos.

Em meio à disputa, o Brasil trabalha para que o Irã alcance uma solução negociada com a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), depois que os dois lados chegaram a um impasse sobre a troca de urânio iraniano por combustível nuclear já pronto para o uso.

O Brasil, que utiliza a energia nuclear para gerar eletricidade e quer que o Irã tenha o mesmo direito, tenta ganhar espaço na cena internacional ao buscar o papel de intermediário no episódio. A Constituição brasileira veta a construção de armas nucleares.

A iniciativa, entretanto, é vista com ceticismo por setores da opinião pública doméstica e outros países. Potências ocidentais chegaram a dizer que o Irã queria ganhar tempo na disputa ao aceitar iniciar conversações com o Brasil.

Um comentário:

Anônimo disse...

Surdina o caralho!

Inté,
Murilo