14 maio 2010

Embaixador declara infundada afirmação de que Brasil produziria bomba nuclear

Em reação ao artigo do especialista alemão Hans Rühle, que fala sobre a possilibidade de o Brasil estar construindo uma bomba atômica, embaixador brasileiro em Berlim classifica afirmação como infundada.


Um dia depois da publicação da entrevista com o pesquisador alemão Hans Rühle, que defende a possibilidade de o Brasil estar construindo uma bomba atômica, o governo brasileiro enviou nesta sexta-feira (14/05) uma resposta à Deutsche Welle e considerou o assunto como encerrado.

Em carta, o embaixador do Brasil em Berlim, Everton Vieira Vargas, classifica o artigo de Rühle como "absolutamente infundado" e rebate alguns pontos citados no texto do especialista alemão em segurança.

"O Brasil nunca desenvolveu armas nucleares e – ao contrário das afirmações do Dr. Hans Rühle, ex-chefe do Estado-Maior de Planejamento do Ministério Federal da Defesa – não basta um aceno do Chefe de Estado e de Governo para alterar a Constituição de acordo com sua vontade."

Na entrevista, Rühle dizia que a proibição da Constituição de 1988 poderia ser facilmente contornada, se o governo quisesse. "Foi formulada por um governo anterior à presidência de Lula. E ele já deixou claro que não concorda com as decisões então tomadas, nem com a assinatura do Tratado de Não-Proliferação, nem com a proibição constitucional de armas atômicas."

O embaixador brasileiro ressalta que como parte da estratégia de defesa brasileira – ancorada na Constituição e na assinatura de tratados internacionais –, o país é comprometido a usar a energia nuclear exclusivamente para fins pacíficos. "O Brasil aderiu a todos os principais tratados e regimes internacionais relativos a desarmamento e não-proliferação nuclear, e cumpre plenamente os compromissos deles derivados."

Segundo Vargas, todas as 25 instalações nucleares brasileiras estão sujeitas a salvaguardas aplicadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Em seu artigo, Hans Rühle diz que os inspetores da agência se deparam com grandes obstáculos no Brasil, e que o programa de submarino nuclear também está vedado a eles.

"É absolutamente incorreta [...] a afirmação de que os inspetores da AIEA não teriam acesso às instalações de produção de submarinos nucleares. A única intenção é garantir a disponibilidade de tecnologia nuclear para aplicações exclusivamente pacíficas em prol do desenvolvimento econômico, social e tecnológico do Brasil", rebateu Vargas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Linha auxiliar

O Brasil, na medida que vai firmando um posicionamento independente, igualmente vai ter que administrar esse tipo de "ladainha" internacional.

Conversa fiada, geralmente produto da fábrica de mentiras globalizadas. Isto mostra como é fácil distorcer a verdade para fazer o jogo do Império global, carro chefe da maioria dos problemas mundiais.

Mas que beleza, esse pesquisador alemão Dr. Hans Rühle, nos deu um exemplo didático e emblemático de como procede a linha auxiar da vanguarda imperial.

Francisco Solano de Lima
João Pessoa - PB
14-05-2010