26 julho 2009

O Fiat Elba de Zé Sarney e a resistência de Zé Alencar

Ricardo Kotscho

Os dois estão chegando aos 80 anos, e a idade é a única coisa em comum entre o vice-presidente da República, José Alencar, e José Sarney, ex-presidente da República e presidente do Senado pela terceira vez.

Numa idade em que tudo o que tinham a fazer na vida já foi feito, e não tem volta, os dois Zés vivem neste momento uma situação absolutamente antagônica.

A luta de Zé Alencar contra o câncer e pela vida, saindo da sua 15 ª cirurgia, transformou-o numa unanimidade nacional a favor _ o único político brasileiro hoje em dia de quem todo mundo só fala bem e torce por ele.

A luta de Zé Sarney pela sobrevivência política para ficar na presidência do Senado, depois de uma enxurrada de denúncias contra ele, transformou-o também numa unanimidade nacional _ contra ele. Não há mais quem o defenda, a não ser o presidente Lula.

Esta semana, a publicação das gravações dos diálogos entre Zé Sarney e seu filho Fernando, acertando um emprego hereditário no Senado para o namorado da neta, foi mais ou menos como o Fiat Elba para outro Fernando, o Collor _ um pecado menor diante do conjunto da obra, mas que levou à cassação do primeiro presidente eleito pelo voto direto após a ditadura militar. Como diz o vulgo, foi a prova que faltava, o batom na cueca.

A aliança com o empresário Zé Alencar, nas eleições de 2002, foi o maior acerto político da vida de Lula. O apoio a Sarney, em 2009, na eleição para a presidência do Senado, foi o seu maior erro.

Zé Alencar tornou-se um político incontestável. Se tivesse dez anos a menos e boa saúde, seria o sucessor natural de Lula na presidência. Zé Sarney, no final da carreira política, tornou-se um político indefensável, sem futuro, ameaçado de jogar pela janela o seu importante papel na redemocratização do país.

As imagens de Zé Alencar entrando e saindo altivo do hospital, forte e sorridente, vendendo esperança, e a de Zé Sarney aflito, entrando e saindo do Senado cercado de seguranças, resumem a história e o destino de cada um.

Ninguém precisava dizer mais nada. Basta olhar as expressôes de um e de outro. Qualquer que seja o desfecho da história dos dois, Zé Alencar, que ficou rico como empresário de sucesso antes de entrar para a política, é um vencedor. Zé Sarney, que não fez outra coisa na vida e ficou rico na política, por abusar do poder, escolheu o papel de perdedor.

Entre os dois Zés, o coração mole de Lula, que nunca abandona os aliados, balança. O Brasil de Lula está hoje mais para Zé Alencar do que para Zé Sarney. Em 2010, os eleitores vão dizer qual Brasil preferem.

Fonte: Aqui


Deus queira que os ACMs, Virgílios, Jereissatis, Fortes, Vasconcelos e etcétera e tal não retornem ao Parlamento. Que o povo abra os olhos e não os leve de volta a Brasília. E que os parlamentares covardes do PT também se recolham ao aconchego de suas famílias e desapareçam da política. Queremos gente combatente, que enfrente o PIG de peito aberto.

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