Cuba entra oficialmente para o Grupo do Rio
A cúpula do Grupo do Rio, a quarta a acontecer na Costa do Sauípe (BA) nos últimos dois dias, oficializou na noite desta terça-feira (16) a entrada de Cuba como membro pleno no mecanismo permanente de consultas políticas da região.
É um privilégio dar boas-vindas a Cuba", disse o presidente do México, Felipe Calderón, que coordena o grupo.
Em discurso de agradecimento durante o encontro, o presidente da ilha Raúl Castro comemorou a adesão, uma vez que o país está fora dos organismos multilaterais liderados pelos Estados Unidos, e ressaltou que a atitude dos vizinhos sul-americanos não é uma questão de "credos ou ideologias, mas de um reconhecimento consciente" de um modelo econômico.
"Não sei o que pensarão vocês, mas para nós é um momento transcendental de nossa história. Em um rápido filme na minha cabeça passam centenas de cenas diferentes, milhares de rostos de companheiros que não estão mais nessa luta", disse Castro, que em seguida fez um retrospecto de história da revolução cubana, da perseguição americana e do sofrimento do povo cubano com o embargo imposto pelos Estados Unidos.
"Não podemos, com ou sem americanos, ingressar na OEA. Essa sigla deve desaparecer. Respeitamos vocês que seguem pertencendo à OEA, mas nós pertenceremos ao Grupo do Rio", defendeu o presidente, ao pedir o fim da Organização dos Estados Unidos.
Aos jornalistas, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil sempre manteve o diálogo com a ilha e que a adesão no Grupo do Rio não deve ser vista como uma forma de "pressionar a ninguém".
"É uma decisão nossa, mas se servir também para que o futuro presidente dos Estados Unidos (Barack Obama) veja para que lado estão soprando os ventos, então acho útil", disse.
Ao encerrar a cerimônia de adesão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que "foi um dia importante para todos nos latinos-americanos e caribenhos"."Demorou muito tempo. Muitas vezes, sem que estudiosos entendam, quase que como um furacão político e ideológico, começa-se a fazer mudanças políticas profundas. Nem sempre com a pressa com que todos nós gostaríamos, mas certamente com aquilo que o tempo entende que é evolução política e consciência do nosso povo", completou.
Sobre o embargo da ilha comunista mantido pelos Estados Unidos há quase cinqüenta anos, Lula declarou que está esperançoso com a mudança que acontece no governo norte-americano.
"A eleição de um negro para presidente na nação mais poderosa do mundo é de um simbolismo excepcional. Entretanto, entre a eleição e o cumprimento do mandado, todos nós sabemos das dificuldades", falou.
Ele destacou ainda as mudanças que representariam sinais importantes da mudança nos Estados Unidos: uma nova política para a América Latina e o Caribe, o fim do bloqueio a Cuba e o fim da violência no Oriente Médio.
Por fim, Lula destacou a mudança do perfil político e ideológico da América Latina, que, segundo ele, culminou com a adesão de Cuba, e citou a eleição dos presidentes da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Fernando Lugo, da Argentina, Nestor Kirchner e Cristina Kirchner, e do Chile, Michelle Bachelet.
"Tudo o que aconteceu na América Latina foi em apenas oito anos de vida política, em oito anos aconteceu essa mudança extraordinária na nossa querida América Latina", disse.
Texto original aqui.
É um privilégio dar boas-vindas a Cuba", disse o presidente do México, Felipe Calderón, que coordena o grupo.
Em discurso de agradecimento durante o encontro, o presidente da ilha Raúl Castro comemorou a adesão, uma vez que o país está fora dos organismos multilaterais liderados pelos Estados Unidos, e ressaltou que a atitude dos vizinhos sul-americanos não é uma questão de "credos ou ideologias, mas de um reconhecimento consciente" de um modelo econômico.
"Não sei o que pensarão vocês, mas para nós é um momento transcendental de nossa história. Em um rápido filme na minha cabeça passam centenas de cenas diferentes, milhares de rostos de companheiros que não estão mais nessa luta", disse Castro, que em seguida fez um retrospecto de história da revolução cubana, da perseguição americana e do sofrimento do povo cubano com o embargo imposto pelos Estados Unidos.
"Não podemos, com ou sem americanos, ingressar na OEA. Essa sigla deve desaparecer. Respeitamos vocês que seguem pertencendo à OEA, mas nós pertenceremos ao Grupo do Rio", defendeu o presidente, ao pedir o fim da Organização dos Estados Unidos.
Aos jornalistas, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil sempre manteve o diálogo com a ilha e que a adesão no Grupo do Rio não deve ser vista como uma forma de "pressionar a ninguém".
"É uma decisão nossa, mas se servir também para que o futuro presidente dos Estados Unidos (Barack Obama) veja para que lado estão soprando os ventos, então acho útil", disse.
Ao encerrar a cerimônia de adesão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que "foi um dia importante para todos nos latinos-americanos e caribenhos"."Demorou muito tempo. Muitas vezes, sem que estudiosos entendam, quase que como um furacão político e ideológico, começa-se a fazer mudanças políticas profundas. Nem sempre com a pressa com que todos nós gostaríamos, mas certamente com aquilo que o tempo entende que é evolução política e consciência do nosso povo", completou.
Sobre o embargo da ilha comunista mantido pelos Estados Unidos há quase cinqüenta anos, Lula declarou que está esperançoso com a mudança que acontece no governo norte-americano.
"A eleição de um negro para presidente na nação mais poderosa do mundo é de um simbolismo excepcional. Entretanto, entre a eleição e o cumprimento do mandado, todos nós sabemos das dificuldades", falou.
Ele destacou ainda as mudanças que representariam sinais importantes da mudança nos Estados Unidos: uma nova política para a América Latina e o Caribe, o fim do bloqueio a Cuba e o fim da violência no Oriente Médio.
Por fim, Lula destacou a mudança do perfil político e ideológico da América Latina, que, segundo ele, culminou com a adesão de Cuba, e citou a eleição dos presidentes da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Fernando Lugo, da Argentina, Nestor Kirchner e Cristina Kirchner, e do Chile, Michelle Bachelet.
"Tudo o que aconteceu na América Latina foi em apenas oito anos de vida política, em oito anos aconteceu essa mudança extraordinária na nossa querida América Latina", disse.
Texto original aqui.
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