Um choque nos planos de Serra

por Luiz Fernando Sá

Fracasso do leilão da empresa causou um prejuízo de R$ 1,7 bilhão aos acionistas com a queda de valor de mercado. O valor pode ser debitado do cacife político do governador

Um curto-circuito eleitoral eletrocutou, na semana passada, as ambições do governador José Serra. Por conta da alta voltagem que já circula pelos linhões políticos a caminho de 2010, o mandatário de São Paulo teve de engolir a seco o fracasso do leilão de privatização da Cesp, a companhia estadual de geração de energia, com o qual pretendia iluminar seus planos de concorrer novamente à Presidência da República. O governo paulista esperava arrecadar R$ 6,6 bilhões com a operação, verba que seria destinada a grandes obras, daquelas que consolidam a imagem de um administrador público. Ficou, por enquanto, no escuro. Diante de um incerto cenário financeiro internacional e condições de compra pouco estimulantes – a começar pelo alto valor das ações previsto no edital de venda da empresa –, os interessados se desinteressaram e nem sequer depositaram as garantias (nada módicos R$ 1,7 bilhão) necessárias para participar do leilão.

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