26 março 2008

Ser brasileiro, viver no exterior e viajar para o Brasil

Flávio, um amigo, mora em Hamburg como eu. Semana passada foi para o Brasil. Um alemão pedira-lhe para ajudá-lo no desembaraço de um container em Salvador.

Segundo contou em seu blog, Flávio passou 7 dias na capital baiana. Curtiu muita praia, sol e calor.

Mas percebeu que andar nas ruas da maravilhosa Salvador era arriscado. O perigo de ser assaltado rondava-lhe os passos.

Foi quando, no sexto dia, num momento de desatenção, pimba...

Aconteceu o esperado! Numa fração de segundos, levaram-lhe os pertences.

Como era de se prever, Flávio foi à delegacia dar parte do ocorrido. O policial, para lhe reconfortar, disse de maneira bem baiana: "Se você tiver sorte talvez a sua identidade poderá ser encontrada".

Ele, diante da passividade do representante da lei, perguntou: “Mas vocês não vão até lá para fazer um vistoria?”

E ele responde novamente de maneira bem baiana: "Não adianta, pois não encontraremos o ladrão".

Restou a Flávio o BO e a tarefa de telefonar para cancelar os cartões de crédito.

Pois bem...

No dia seguinte, Flávio foi pegar o avião de volta para a Alemanha.

O representante da PF, segundo Flávio, prepotente e frio, perguntou o que ele ia fazer na Alemanha.

Flávio respondeu: "Eu vivo na Alemanha".

O policial, insatisfeito, continuou com o interrogatório. No final, exigiu revistar a bagagem de Flávio, que já se encontrava no avião. Desceram a mala. Revistaram-na. No final, depois de Flávio perguntar o porquê de tamanha desfaçatez, recebeu como resposta apenas "tem algum problema?”

Flávio esperou mais de uma hora. Foi o último a embarcar. E ainda teve de rearrumar suas coisas espalhadas, cheiradas e amassadas pelo policial.

Resumo da história: Flávio, que não cometera nenhum crime, foi passado no pente fino. Enquanto isso, os policiais da delegacia onde comunicou o assalto no dia anterior, nem se deram ao trabalho de perseguir os ladrões.

(Aqui ele narra sua saga no Brasil.)

Um comentário:

blog do mello disse...

Uma perguntinha que não quer calar:
se os casos de febre amarela tivessem ocorrido no Rio, qual seria a reação do PIG?