02 junho 2012

Mídia e oposição tentam a última cartada

por Miguel do Rosário

Tudo leva a crer que a acusação de Gilmar Mendes à Lula foi uma jogada ensaiada com a oposição e Veja. O Clube Nextel tenta a última cartada contra a CPI do Cachoeira. Algumas observações:

1. Nos dias que antecederam a criação da CPI, a mídia brandiu ameaças pesadas, nada sutis, contra o governo. A relação da Veja com o esquema já tinha vazado, junto com trechos do relatório da Polícia Federal, o que, seguramente, deflagrou movimentos e contatos desesperados entre editores da revista e caciques da oposição.

Gilmar Mendes, logo após o encontro com Lula e Nelson Jobim, correu para o encontro do presidente do DEM, Agripino Maia, conforme relatado por Moreno.

Mendes disse que ficou “perplexo”. Jobim declarou que Lula saiu antes e Gilmar não comentou nada com ele. Em matéria do Estadão publicada hoje, encontro a seguinte declaração de um membro da oposição:“Para o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), o episódio desmoraliza os governistas na apuração do caso Cachoeira. “A CPI nascia contaminada e isso se confirma agora, com esse grau de ingerência. A maioria deve explicar se está disposta a seguir qualquer ordem de um ex-presidente”, provocou.”

Os jornalões desta terça-feira amanheceram com sangue na boca. Os colunistas políticos compraram, sem hesitar, a versão de Mendes e usam todas as velhas artimanhas para pintá-la como verdade absoluta, a começar pela desqualificação de Nelson Jobim, cujas declarações, que desmentem a Veja, atrapalham sua estratégia. O simples bom senso de termos a opinião de dois, Jobim e Lula; contra um, Mendes, não parece valer nada.

A artilharia disparou unida, como uma tropa organizada: Editorial do Estadão, editorial da Folha, coluna de Merval, de Cantanhede, de Helio Schwartsman, de Dora Kramer.

No entanto, ficam várias suspeitas no ar: Por que o Globo ocultou a versão de Jobim em sua edição impressa de segunda-feira?

Por que exigiu a Moreno que escrevesse uma matéria reconstruindo o encontro com base em “rastros de conversa”, e publicou-a no lugar de outra, que tinha muito mais valor, em termos jornalísticos, na qual Jobim nega, com firmeza, a veracidade da denúncia publicada em Veja?

Por que Mendes escolheu justamente a Veja, órgão enrolado com a CPI do Cachoeira, para fazer sua denúncia?

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