O senador Demóstenes do partido dos Demo e logo ex tem tido mais chance e tempo de se defender do que o ex-Presidente Lugo, do Paraguai.
Teria sido o Lugo covarde para resistir?
O padre deixou-se apear do poder sem nem um poquito de resistência.
E o Brasil vai deixar isso passar em branco sem reagir?
Tempos tenebrosos vivemos ao sul do Equador.
Um comentário:
Radiografia
No Paraguai, Fernando Lugo, o presidente deposto por parlamentares através de um "golpe branco" em 22-06-2012, apesar de ser popular, vivia politicamente
fragilizado, sem ter um partido político forte no qual pudesse se apoiar e resistir. Os bispos católicos, na maioria conservadores do tipo venha a nós
e ao vosso reino nada, recomendaram a renúncia, segundo eles para "evitar enfrentamentos."
Na verdade, contava apenas com o apoio do povo simples das cidades, e da massa pobre do campo que forma quarenta por cento da população paraguaia, espalhada
pelo interior daquele país, que esperava e tinha nele a esperança de ajuda social, incluindo a reforma agrária. Vejamos a seguir um resumo da unanimidade das oligarquias unidas em torno da arapuca:
1 - A Câmara dos Deputados. 2 - O Senado. 3 - O Judiciário. 4 - As Forças Armadas. 5 - A Igreja Católica (local). 6 - A mídia do PIG. 7 - A falta de um partido político forte no qual pudesse se apoiar, etc.
Então, Fernando Lugo, apesar de ser um ex-bispo católico popular, parece que percebeu em tempo a gravidade do provável martírio que lhe esperava, e diante do fato concreto, resolveu declinar da cruz, talvez por falta de vocação para ser "modernamente" crucificado, conforme muitos esperavam e até desejavam.
Parece que ele viu que era melhor ser um pecador na Terra do que ser mais um
santo qualquer no Céu.
Chico Barauna
24-06- 2012.
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