Quando criança, eu aprendia a tocar bandolim.
E uma das músicas que aprendi foi "Na onda do Birimbau".
Quando faceira mostrei à minha religiosa mãe minha nova aquisição ela imediatamente me proibiu a tal "música popular".
Não entendi, mas obedeci, afinal era ela que pagava o curso e mandava em mim.
Vindo há pouco da aula de violão, comecei a cantar a "bendita".
Que veio como algo tirado do fundo de um baú de lembranças guardadas há séculos.
Lembrei também da proibição.
E ri, ri de gargalhar - enquanto dirigia.
E entendi o porque de minha católica mãe ter me proibido cantá-la.
Fala em candomblé.
Pobre mamãe.
Uma mulher tão engajada social e politicamente, uma mulher que foi homenageada em Teresina com praça, escola - que receberam seu nome "Cristina Leite" - que questionava a Igreja Católica em muitas questões, mas que se deixava influenciar por algo que ao meu ver não passa de uma bobagem.
Candomblé era a palavra chave.
Mesmo assim, mãe, se pudesse ti diria o quanto te amo e admiro com todas as forças do meu coração.
Um comentário:
Mãe sempre tem razão, Glória.
Mesmo que não tenha, eheheheh...
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