16 fevereiro 2012

"Quem é o Sr. Schauble para criticar a Grécia?"

Diário de Notícias

Fotografia © Reuters

O Presidente da República da Grécia ergueu a voz para defender o seu país

O Presidente da Grécia desabafou hoje que já não suporta as críticas do ministro das Finanças da Alemanha ou até mesmo dos dirigentes holandeses e finlandeses sobre os gregos e o euro

"Não aceito que o meu país seja criticado pelo Sr. [Wolfgang Schauble]", disse Carolos Papouilas, Presidente da Grécia, durante uma visita que hoje fez ao Ministério da Defesa.

"Quem é o Sr. Schauble para criticar a Grécia? Quem são os holandeses? Quem são os finlandeses?", exclamou o chefe do Estado grego, citado pela AFP, durante o dia de hoje. Papouilas, que foi um adolescente muito ativo na resistência anti-nazi, é uma figura consensual na Grécia e goza de grande popularidade. No mesmo dia anunciou também que prescindia do seu salário de chefe do Estado, em solidariedade para com o povo grego, a quem estão a ser pedidos grandes sacrifícios.

"Nós sempre tivemos firmeza para defender a nossa liberdade, mas também a da Europa", disse Papouilas, que mais tarde estudou direito em Munique e em Colónia, lembra a mesma agência noticiosa.

Estas declarações surgiram depois de Wolfgang Schauble, o ministro das Finanças alemão que no Eurogrupo da semana passada foi filmado pela TVI a sussurrar com o seu homólogo português Vitor Gaspar, repetiu ontem que a Alemanha mantém a vontade de ajudar a Grécia. Mas, ressalvou, apenas de esta não for "um poço sem fundo".

A Alemanha, a Holanda e a Finlândia estão na origem dos vários apelos que surgiram na Zona Euro em favor de uma linha mais dura em relação à Grécia, a fim de que o país sobreendividado cumpra as promessas de reformas que estão contidas no memorando da tróica assinado em 2010.

Estes são também três dos quatro países do euro que, a par do Luxemburgo, conseguiram manter intacto o seu rating de triplo A, depois de a Standard and Poor's ter levado a cabo uma nova onda de cortes de rating a 14 de janeiro.

A Grécia, que já beneficia de um plano de resgate no valor de 100 mil milhões de euros, quer agora ver aprovado um novo pacote no valor de 130 mil milhões de euros.

Nenhum comentário: