12 setembro 2011

Chile, 1973

Chico Barauna - 12-09-2011

Trinta e oito anos são passados do dia 11 de setembro de 1973, quando aviões bombardearam o Palácio de La Moneda, em Santiago, capital do Chile, para derrubar o presidente Allende, que lutou e morreu em La Moneda, para não se entregar aos militares golpistas.

Naquele dia 11, com a morte de Allende se iniciou a tenebrosa ditadura chilena que perseguiu milhares de pessoas e matou mais de 30 mil cidadãos chilenos. Naquele tempo, disseram também que as bombas eram para salvar a democracia "ameaçada".

Em uma entrevista recente, a filha do ex-presidente Allende, a escritora e atual senadora Isabel Allende Bussi, disse: "Lembro-me de suas palavras e da decisão de ficar em La Moneda, porque esse era seu lugar, que correspondia a um presidente constitucional".

Lembremos agora que esse holocausto chileno tem também tudo a ver com a geopolítica adotada pelo governo dos Estados Unidos. O tempo passa e se camufla os métodos, mas a lógica atual é a mesma.

O povo estadunidense precisa descobrir a relação entre os dois episódios, o de La Moneda em 1973 no Chile e o das torres do WTC em 2001 nos Estados Unidos. Descobrir onde fica a verdadeira fonte que organiza e alimenta tragédias semelhantes.

De tudo, fica a lição, não existe um povo superior eleito por uma divindade, pois todos nós somos vulneráveis. A democracia, a liberdade não são objetos que se possa, comprar, importar ou exportar, nem monopólio de uma nação.

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