01 fevereiro 2011

Fidel Castro critica "maquiavelismo" dos Estados Unidos em relação ao Egito

Havana, (EFE).- O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, criticou nesta segunda-feira o "maquiavelismo" dos Estados Unidos em relação ao Egito e denunciou que enquanto Washington "fornecia armas" ao Governo do Cairo, a Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) oferecia fundos à oposição do país árabe.

"Obama não consegue administrar a situação que criaram", escreve Fidel na última de suas "Reflexões" ao criticar os EUA sobre os eventos ocorridos em países como o Egito e Tunísia.

Sobre o caso da Tunísia, Fidel Castro qualifica de "incrível" que Washington expresse agora "sua felicidade" pela queda de Ben Ali quando, na sua opinião, foi o Governo dos Estados Unidos que impôs o neoliberalismo nesse país.

"Há poucos dias se derrubou o Governo da Tunísia, onde Estados Unidos tinha imposto o neoliberalismo e estava feliz de sua proeza política. A palavra democracia tinha desaparecido do cenário. É incrível como agora, quando o povo explorado derrama seu sangue e assalta as lojas, Washington expressa sua felicidade pela derrubada", assinala o ex-presidente cubano.

Em referência ao Egito, Castro aponta o país como principal aliado dos EUA no mundo árabe e diz que "um grande porta-aviões e um submarino nuclear, escoltados por aviões de guerra norte-americanas e israelitas, cruzaram o Canal de Suez em direção ao Golfo Pérsico há vários meses, sem que a imprensa internacional tivesse acesso ao que ali ocorria".

Segundo o líder cubano, milhões de jovens egípcios sofrem com o desemprego e a escassez de alimentos provocada na economia mundial "e Washington afirma que os apoia".

"Seu maquiavelismo é identificado quando fornecia armas ao Governo egípcio, enquanto a USAID fornecia fundos à oposição", denúncia Fidel Castro.

Se questiona, finalmente, se os Estados Unidos poderão deter "a onda revolucionária que atinge o Terceiro Mundo".

Também se refere brevemente em seu artigo à última reunião do Fórum Mundial de Davos que, resenha, "se transformou em uma Torre de Babel, e os estados europeus mais ricos liderados pela Alemanha, Grã-Bretanha e França, só coincidem em seus desacordos com os Estados Unidos".

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