O Clube Militar, do Rio, preocupado com a democracia, debatendo o “controle da mídia e da cultura”, falando de “aparelhamento do Estado”.
O Clube Militar, para quem sabe esclarecer os mais jovens e refrescar a memória dos nem tanto, revelou-se, em boa parte de sua história, iniciada em 1887, um foco de golpismo e de conspiração contra a democracia. Nos anos 50, a cada reunião realizada, a República tremia.
Nos anos 60, ali se tramou parte do golpe de 1964 e, ao longo da ditadura, se defendeu todo tipo de endurecimento do regime.
A instituição, no entanto, começara bem: seus primeiros dirigentes eram abolicionistas num país escravocrata e republicanos sob uma monarquia em declínio.
A primeira diretoria abrigava nomes venerandos e vetustos que encontramos nos livros de História ou em placas de rua: o general (depois marechal) Deodoro da Fonseca, futuro primeiro presidente da República, Custódio de Mello, Benjamin Constant.
Hoje sem a menor importância na ordem das coisas de um Brasil mais maduro, com uma sociedade mais vigorosa e mais participante, imprensa, sindicatos e ONGs livres, os generais, almirante e brigadeiros de pijama podem dar-se ao luxo de preocupar-se com uma democracia que, se dependesse de muitos de seus antecessores, não existiria.
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