As máfias da imprensa e da política fizeram o serviço sujo com a deletéria maestria de sempre. E agora pretendem, finalmente, colher seus frutos. Os próximos lances no seu tabuleiro de excrescências certamente será o recrudescimento da manipulação das pesquisas e do torpe “denuncismo”.
Lula Miranda Carta Maior
É chegada a hora! Chegamos à reta final de uma das eleições mais importantes e decisivas da nossa história. Passamos por momentos de alegrias e muitas apreensões. Agora é o momento de sairmos às ruas, de conversarmos com as pessoas nas praças, nos pontos de ônibus, no trem, no metrô; com nossos colegas de trabalho, nossos parentes e amigos. Enfim, é chegada a hora de fazermos, com tranqüilidade, generosidade e competência a nossa parte de militantes e/ou cidadãos. Pois, “do lado de lá”, vi, in loco, com meus próprios olhos, que verdadeiras hordas de militantes a soldo, com seus indefectíveis coletes azuis, já invadem as casas com sua pregação plena em infâmias, aleivosias e falsas promessas. É preciso mostrar-lhes a força e graça da nossa militância.
Com incontido regozijo, pudemos perceber/avistar que uma perene, solerte e majestosa “onda vermelha” se espalhou por todos os cantos do país, das capitais aos rincões mais distantes. O que, muito provavelmente, ajudará a eleger governadores, senadores e deputados comprometidos com a nossa “causa” e projeto. A saber, em essência: crescimento e desenvolvimento econômico com mais igualdade social e uma maior distribuição da renda, com aumento real dos salários e das aposentadorias, e com a conseqüente e progressiva melhoria das condições de vida do povo brasileiro (da educação, saúde, segurança etc.). Enfim, a construção de um novo paradigma, de um novo Brasil.
O problema é que ao imponente espraiar-se dessa onda se interpõe, agora, de modo decisivo, já no final do processo eleitoral, os arrecifes. A leveza, a beleza, a boa vontade, as boas intenções e ideais revolucionários dos “justos”, dos “homens de bem”, os “do lado de cá”, deparam-se, em definitivo, com as duras pedras interpostas pelo pensamento conservador, reacionário. É hora de nos agigantarmos, pois.
E o que significaria exatamente essa metáfora dos “arrecifes”? – perguntaria você, com propriedade e compreensível receio. Os “arrecifes” simbolizam a reação inevitável dos empedernidos conservadores de sempre. Vimos todos, nas últimas semanas, o gritante “parcialismo” da grande imprensa. O despudor e desfaçatez em exibir, impunemente, toda sua torpeza e vilania, seu “manchetismo denuncista”, sua escandalização do nada. Assistimos, atônitos, impassíveis a candidatura de oposição espalhar mentiras e boatos no seio da comunidade evangélica; confeccionar “filmetes” caricatos, desrespeitosos e odientos, e espalhá-los na rede tal qual um spam viral.
Denúncias e mais denúncias (muitas falsas, vazias, pois destituídas de sentido ou conteúdo), manchetes e mais manchetes, matérias e mais matérias negativas sobre o governo Lula e a candidatura Dilma foram de modo oportunista e estratégico “plantadas” no noticiário à exaustão. As máfias da imprensa e da política fizeram o serviço sujo com a deletéria maestria de sempre. E agora pretendem, finalmente, colher seus frutos malditos. Os próximos lances no seu tabuleiro de excrescências certamente será o recrudescimento da manipulação das pesquisas e do torpe “denuncismo”. Essas são as pedras que ora se interpõe no nosso virtuoso caminho e que atravancam o vagar virtuoso da nossa “onda”.
A estratégia das forças conservadoras foi, desde sempre, lembro-lhe, a de dar um, por assim dizer, “cavalo-de-pau” na pauta dessas eleições. Inverter o foco, desviar os olhares e as atenções do eleitor, reverter capciosamente o andamento “natural” do processo. Em vez de discutir um projeto para o país, a eles, e somente a eles, interessava a escandalização vazia e o denuncismo no atacado. Essa foi a estratégia por eles argutamente escolhida – uma vez que, vale lembrar, eles não têm um projeto de nação.
Desejam “apenas” retomar o poder, simples assim – para tanto não pouparão esforços nem “meios” [entenda-se, também, mídias].
Precisavam – e assim o fizeram, em movimentos abruptos, reiteradas vezes – criar uma “nova” realidade, uma vez que a nossa pauta [e realidade] não lhes servia ou interessava discutir/debater, pois a nossa é uma pauta [e uma realidade] virtuosa: criação de mais de 12 milhões de empregos com carteira assinada, mais 36 milhões de brasileiros saíram da pobreza, economia cresce a 7% esse ano, em ritmo de “milagre econômico”, milhões de brasileiro puderam, finalmente, realizar o sonho da casa própria e do carro novo, a auto-estima do brasileiro nunca esteve tão elevada etc. Para eles, convenhamos, seria difícil se debater, enfrentar, contradizer uma realidade tão pujante [daí as pirotecnias de seus prepostos na mídia]. Mas, sejamos honestos, a realidade do povo brasileiro está cada dia melhor. Isso é fato. A verdade está ao nosso lado. Isso é o que importa. Isso é o que importa?! Não nos enganemos: a eles, os “reacionários”, não.
A elite conservadora não tem projeto para o país, a não ser, é claro, o de barrar os avanços e os progressos que a sociedade brasileira hoje experimenta. Eles são os arautos do atraso, do retrocesso.
A nossa onda, estimados companheiros de ideal, vem, célere, audaz de encontro ao “arrecife”, e dele não se desviará. Vitoriosos, vamos avançar em direção à praia – num domingo ensolarado, de brisa fresca e céu límpido, azul. Sim, nós vamos avante; nós vamos vencer.
Porém, como já se percebe nitidamente, essa vitória não virá “de graça”. Para isso é chegada a hora de fazermos a nossa parte; é chegada a hora de nos alevantarmos, junto com essa onda bela e majestosa e mostrarmos a nossa força, a garra daqueles que acreditam na construção de um país melhor, para todos. É o momento de esgrimirmos a nossa vontade, a verve e graça que só os justos trazem n’alma; a força das idéias; a força das nossas crenças.
É hora de, sim, militarmos na blogosfera (de “twitarmos” e “blogarmos” como nunca), mas, e principalmente, é hora de sairmos às ruas e convencermos a muitos, de modo sereno, mas peremptório e definitivo, que o Brasil precisa continuar o seu caminho virtuoso. Caminho este que nos foi ensinado, com humildade e tenacidade, não nos esqueçamos, não por nossas elites conservadoras, mas por um homem do povo. Seu nome: Luiz Inácio Lula da Silva.
Não tenhamos pudor em afirmar: a nossa candidata é a melhor, pois mais competente, mais preparada, humana e solidária. Dilma Rousseff é o melhor para o país. Com ela seguiremos adiante! Com ela construiremos, enfim, uma nação mais justa e solidária.
Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda.
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