Nações Unidas (EFE).- O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, alertou hoje na ONU ao referir-se ao Irã que "o mundo não pode correr o risco de outro conflito" como o do Iraque.
"A lógica do diálogo e do entendimento" deve prevalecer com o Irã, apesar das sanções, assinalou Amorim durante a abertura do debate na Assembleia Geral da ONU, com a presença de líderes de 192 países.
O chanceler brasileiro considerou que o Governo iraniano mantém uma "atitude de flexibilidade e abertura" em direção à negociação, mas "é necessário que todas as partes demonstrem a mesma".
Estamos convencidos de que com a volta à mesa de negociações com Teerã, as partes encontrarão soluções, tais como as que se refere ao enriquecimento de 20% sobre o "estoque" do urânio enriquecido acumulado desde outubro de 2009.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje na ONU que "a porta da diplomacia segue aberta para o Irã" se esse país demonstra "um compromisso claro e crível".
Os países do Grupo 5+1 (formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Rússia, China, França e Reino Unido e também Alemanha) propuseram na quarta-feira ao Irã o reatamento do diálogo interrompido no ano passado para encontrar uma solução negociada à disputa sobre o programa nuclear da República Islâmica.
Os responsáveis de Exteriores da Rússia, China, França, EUA, Reino Unido e Alemanha em reunião realizada em Nova York expressaram sua disposição de retornar à mesa de negociação com Teerã.
Nesse sentido, propuseram ao Governo iraniano que enviasse parte de seu reserva de urânio à França e à Rússia, para recuperá-lo depois enriquecido a quase 20% a fim de alimentar o reator experimental que possui Teerã.
Irã nunca respondeu com clareza à oferta e prosseguiu com o enriquecimento de urânio, em desafio às resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
O principal órgão de segurança das Nações Unidas aprovou em junho a imposição de uma quarta rodada de sanções ao regime iraniano para forçar a volta à mesa negociadora.
EUA e outros países acusam ao Irã de tentar obter arsenal nuclear, enquanto o Governo iraniano assegura que seu programa é pacífico.
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