Claudio Leal, Terra Magazine do Blog do Nogueira
“O elevador despeja Lula e Dilma Rousseff no saguão do Hotel Jandaia, em Campo Grande, a minutos do primeiro comício da campanha petista no Mato Grosso do Sul. Um homem enlaça o presidente nos braços, suplicante por uma foto.
- Eu e você? - pergunta Lula. - Vai dar capa de Playboy!
Confira o vídeo da "loucura coletiva" na passagem de Lula e Dilma por Campo Grande (MS)
De barriga estufada na camisa goiabera, o pernambucano desliza as mãos na fileira de admiradores e observa a centena de pessoas nas bordas do Jandaia. "Vamos lá", avisa aos seguranças. Os flashes iluminam em Dilma um olhar secundário, de quem o acompanhará no mergulho à histeria armada desde a manhã na rua Barão do Rio Branco.
- Lulaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Crianças com balões vermelhos tocam o presidente, mulheres acarinham a bochecha, homens puxam as mangas da camisa, oferecem o pantaneiro licor de Piqui. Responsável pela guarda presidencial, o general Gonçalves Dias olha para trás e convoca reforços. Lula, nem liga.
- Lulaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Dilma tenta encontrar um lugar na azáfama, na histeria, numa cena que define a sucessão nas ruas, do ABC paulista a Garanhuns (PE). Lula "conquista" o terceiro mandato nas viagens com a sua favorita. E transcende a política. Olhos neutros, vidrados no presidente, a garota balbucia, implora:
- Lula... Lula... Lula... Me abraça...
Como não obtém sucesso e vê a estrela se distanciar, conforma-se com a candidata:
- Dilma, toque a minha mão!
A euforia com a popularidade do ex-líder metalúrgico, transbordante em seus 80%, se repete em outras cidades brasileiras percorridas por Dilma, em sequências não captadas pelas lentes das principais emissoras televisivas. Em Mauá (SP), na dispersão do comício, um homem se junta aos jornalistas na bisbilhotagem por uma fresta do tapume:
- Olha o Lula descendo do carro! É ele mesmo. Descarado! Olha o Lula... Eta safado... Olha o Lula, está vindo ali! Que cara de malandro... Lula! Lula! Lula!
Em Campo Grande, o motorista de táxi Éberson sorri ao lembrar do presidente ironizando o uso de sua imagem pelos adversários.
- Era pra Lula continuar, bicho. Mas infelizmente não pode. Por isso voto na Dilma, porque sei que Lula vai continuar lá, mandando.
Retorno à porta do hotel.
- Lulaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Mais fotos, beijos, poses com crianças, mãos entregues a anônimos. Apenas um ou outro grito tímido:
- Dilma, futura presidenta!
A candidata retorna às costas do presidente, na poeira da glória. Lula e Dilma embarcam numa van branca, lado a lado - e a histeria prossegue, atiçada pelo barulho dos batedores e das sirenes. Lula respira e, pela janela do carro, responde a Terra Magazine se sentirá saudade do clima das ruas nas batalhas eleitorais:
- Eu, saudade? Mas vou ter campanha de dois em dois anos! - e sorriu para dentro.
Na avenida Fernando Corrêa da Costa, centro de Campo Grande, ele completará o show, desta vez com mais risos que gritos, ao saudar os "companheiros que estão soltando esses foguetinhos fracos" na hora do discurso do "Lulinha".
- Tac, Tac, Tac! Isso é pra candidato em final de mandato. Lulinha merece mais... Tac! Tac! Tac! Deus que me livre!”
Foto: Roberto Stuckert Filho, Reprodução
“O elevador despeja Lula e Dilma Rousseff no saguão do Hotel Jandaia, em Campo Grande, a minutos do primeiro comício da campanha petista no Mato Grosso do Sul. Um homem enlaça o presidente nos braços, suplicante por uma foto.
- Eu e você? - pergunta Lula. - Vai dar capa de Playboy!
Confira o vídeo da "loucura coletiva" na passagem de Lula e Dilma por Campo Grande (MS)
De barriga estufada na camisa goiabera, o pernambucano desliza as mãos na fileira de admiradores e observa a centena de pessoas nas bordas do Jandaia. "Vamos lá", avisa aos seguranças. Os flashes iluminam em Dilma um olhar secundário, de quem o acompanhará no mergulho à histeria armada desde a manhã na rua Barão do Rio Branco.
- Lulaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Crianças com balões vermelhos tocam o presidente, mulheres acarinham a bochecha, homens puxam as mangas da camisa, oferecem o pantaneiro licor de Piqui. Responsável pela guarda presidencial, o general Gonçalves Dias olha para trás e convoca reforços. Lula, nem liga.
- Lulaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Dilma tenta encontrar um lugar na azáfama, na histeria, numa cena que define a sucessão nas ruas, do ABC paulista a Garanhuns (PE). Lula "conquista" o terceiro mandato nas viagens com a sua favorita. E transcende a política. Olhos neutros, vidrados no presidente, a garota balbucia, implora:
- Lula... Lula... Lula... Me abraça...
Como não obtém sucesso e vê a estrela se distanciar, conforma-se com a candidata:
- Dilma, toque a minha mão!
A euforia com a popularidade do ex-líder metalúrgico, transbordante em seus 80%, se repete em outras cidades brasileiras percorridas por Dilma, em sequências não captadas pelas lentes das principais emissoras televisivas. Em Mauá (SP), na dispersão do comício, um homem se junta aos jornalistas na bisbilhotagem por uma fresta do tapume:
- Olha o Lula descendo do carro! É ele mesmo. Descarado! Olha o Lula... Eta safado... Olha o Lula, está vindo ali! Que cara de malandro... Lula! Lula! Lula!
Em Campo Grande, o motorista de táxi Éberson sorri ao lembrar do presidente ironizando o uso de sua imagem pelos adversários.
- Era pra Lula continuar, bicho. Mas infelizmente não pode. Por isso voto na Dilma, porque sei que Lula vai continuar lá, mandando.
Retorno à porta do hotel.
- Lulaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Mais fotos, beijos, poses com crianças, mãos entregues a anônimos. Apenas um ou outro grito tímido:
- Dilma, futura presidenta!
A candidata retorna às costas do presidente, na poeira da glória. Lula e Dilma embarcam numa van branca, lado a lado - e a histeria prossegue, atiçada pelo barulho dos batedores e das sirenes. Lula respira e, pela janela do carro, responde a Terra Magazine se sentirá saudade do clima das ruas nas batalhas eleitorais:
- Eu, saudade? Mas vou ter campanha de dois em dois anos! - e sorriu para dentro.
Na avenida Fernando Corrêa da Costa, centro de Campo Grande, ele completará o show, desta vez com mais risos que gritos, ao saudar os "companheiros que estão soltando esses foguetinhos fracos" na hora do discurso do "Lulinha".
- Tac, Tac, Tac! Isso é pra candidato em final de mandato. Lulinha merece mais... Tac! Tac! Tac! Deus que me livre!”
Foto: Roberto Stuckert Filho, Reprodução
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