21 abril 2010

Entrevista // Luiz Inácio Lula da Silva


Denise Rothenburg, Josemar Gimenez e Silvia Bessag

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que houve falhas na elaboração do projeto de reestruturação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e disse ter cobrado do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, uma resolução para o assunto "porque é pouca coisa para a gente ficar brigando por isso". Ele acusou a "direita" do Nordeste de se apoderar do debate que envolve a suposta perda de autonomia da Chesf em favor da Eletrobras valendo-se de "erros cometidos pelos companheiros que elaboraram a portaria de regulamentação de participação das empresas". Mas Lula foi firme ao defender o fortalecimento da Eletrobras e as mudanças na estatal. As primeiras declarações públicas do presidente sobre a Chesf foram feitas em entrevista exclusiva ao Diários Associados, concedida ontem pela manhã na biblioteca do Palácio da Alvorada, em Brasília.

Na conversa, que durou cerca de 1h15, Lula disse ainda ter ficado "surpreso" com a indicação do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, como candidato do PT ao Senado em Pernambuco e "mais ainda" com o relato de que houve um acordo entre Humberto e o ex-prefeito do Recife, João Paulo. Ele comentou a importância do Nordeste para a campanha da sua candidata à sucessão presidencial, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT), e se estendeu numa análise sobre a composição partidária em Minas Gerais, Brasília e São Paulo. Falou sobre a situação de Ciro Gomes (PSB) como pré-candidato e garantiu estar convencido de que a eleição de outubro deveria ser plebiscitária.

O presidente afirmou ainda que mudou de ideia e que passou a defender a manutenção da reeleição. O comentário se deu um dia após o candidato do PSDB à presidência, o ex-governador de São Paulo José Serra, defender a ampliação do mandato para cinco anos e o fim da reeleição. Lula revelou ter sido procurado por intermediários do PSDB para avaliar um acordo em torno de um mandato maior sem reeleição e que esse encontro teria motivado a troca de opinião. Veja abaixo trechos da entrevista:

Tivemos em Brasília uma eleição indireta em que o candidato indicado pelo PMDB ganhou. O senhor acha que ainda cabe a intervenção?

Essa é uma coisa que depende única e exclusivamente do Poder Judiciário. Não cabe a um presidente da República dizer se cabe ou não uma intervenção. O Poder Judiciário, em função das informações que tem, deve tomar a decisão. Se for manter como está, o governador que ganhou por 13 votos, tem mais é que tocar. Espero que, enquanto a Justiça não decide, o novo governador comece a trabalhar urgentemente para que Brasília volte à normalidade.

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Um comentário:

Rui Martins disse...

Petição MIL: Lula da Silva a Secretário-Geral da ONU

A todas as Autoridades Políticas da Comunidade Lusófona

Reconhecendo o grande prestígio internacional justamente granjeado
pelo Presidente do Brasil, Lula da Silva, o MIL: Movimento
Internacional Lusófono defende que ele seja proposto, pelos Estados e
regiões de expressão e tradição lusófona, para próximo
Secretário-Geral da ONU: Organização das Nações Unidas.

Não se podendo recandidatar ao cargo que ocupa, uma pessoa com o seu
grande prestígio internacional não deverá ficar, pura e simplesmente,
desaproveitada. A sua eleição como Secretário-Geral da ONU seria,
também, o reconhecimento da cada vez maior importância da Comunidade
Lusófona – e, em particular, do Brasil – à escala global. E seria,
sobretudo, uma boa notícia para o mundo.

Primeiro subscritor: Fernando Nobre


Para subscrever a Petição:

http://luladasilva.movimentolusofono.org