02 março 2010

Tasso Jereissati, novo postulante a vice do Serra (PSDB), envolvido em corrupção via amigo

Justiça condena aliado de Tasso Jereissati por rombo em banco no Governo FHC

Secretário de duas pastas no primeiro governo de Tasso Jereissati (PSDB), no Ceará, e presidente do Banco do Nordeste nomeado por Fernando Henrique Cardoso, Byron Costa de Queiroz foi condenado ontem pela Justiça Federal a ressarcir o BNB pelo prejuízo de aproximadamente R$ 7 bilhões causado à instituição por não cobrar débitos. Com Byron foram condenados cinco ex-diretores e superintendentes do banco – Raimundo Nonato Carneiro Sobrinho, Osmundo Evangelista Rebouças, Ernani José Varela de Melo, Marcelo Pelágio Costa Bonfim e Antônio Arnaldo de Menezes. A pena inclui ainda a suspensão dos direitos políticos e multa.

A ação de improbidade administrativa foi movida pelo Ministério Público Federal no Ceará que apresentou todos os balancetes mensais do BNB do período de 1997 a 2000.

Segundo o juiz federal João Luis Nogueira Matias, as dívidas eram roladas sem análise técnica, mediante a utilização repetida de carta-reversal (por meio da qual se faz uma concessão em troca de outra). Para o magistrado, as operações realizadas pelos envolvidos “tornavam como condição normal a existência de devedores, mesmo sendo devedores por mais de cinco anos”.

“Não se providenciava a execução dos valores devidos”, escreveu o juiz.

Ainda de acordo com a decisão, o BNB ignorava as operações de contas em atraso e créditos em liquidação, desrespeitando a legislação.

”O BNB, como apontado no Relatório do Banco Central do Brasil, contava com mais de 20 mil operações vencidas em prazo superior ao descrito na Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), sem o necessário enquadramento como créditos em liquidação”, diz trecho da sentença.

De acordo com a Justiça, os envolvidos evitavam a reclassificação dos créditos em atraso, impedindo o estudo da situação do devedor em relação aos créditos.

Segundo o Ministério Público, Byron Queiroz atuou decisivamente para a adulteração nos registros contábeis do banco. Ernani Varela, Osmundo Rebouças e Raimundo Carneiro, que formavam a diretoria do banco e deliberavam sobre a concessão e renegociação de créditos, autorizaram a rolagem dos grupos de operações.

Antônio Arnaldo de Menezes respondia pela Superintendência do Processo Operacional, responsável pela iniciativa das propostas de prorrogações fraudulentas, e Marcelo Pelágio era, desde o ano de 1996, o superintendente financeiro do BNB e o autor da determinação de realização de registros contábeis fraudulentos.

De acordo com a decisão, o ex-presidente do BNB Byron Costa de Queiroz deve ter os direitos políticos suspensos por oito anos e pagar multa de R$ 200 mil. Os ex-diretores tiveram multa de R$ 100 mil, além da suspensão dos direitos políticos por cinco anos. Marcelo Pelágio Costa Bonfim e Antônio Arnaldo de Menezes tiveram os direitos políticos suspensos por cinco anos e devem pagar uma multa de R$ 70 mil.

Brasília Confidencial

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