Guila Flint
Palestinos ouvidos pela BBC Brasil nesta quarta-feira elogiaram a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de passar uma noite na cidade de Belém, na Cisjordânia, durante sua visita ao Oriente Médio, prevista para ter inicio no dia 14 deste mês.
A decisão do presidente brasileiro de não seguir o protocolo habitual de chefes de Estado, que quando visitam o Oriente Médio costumam pernoitar em hotéis em Jerusalém e visitam os territórios palestinos por apenas algumas horas, é vista pelos palestinos como um “gesto de solidariedade”.
De acordo com o deputado Faez Saqqa, ex-representante da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) na América Latina e um dos líderes do partido Fatah, a liderança palestina quer mostrar a Lula a vida “sob a ocupação israelense”.
“Em Belém, Lula poderá ver de perto o muro que Israel construiu na Cisjordânia, que divide a cidade em duas partes. Ele também poderá observar, da janela do hotel onde ficará hospedado, os campos de refugiados palestinos e os assentamentos israelenses”, disse Saqqa, que participa da organização da agenda da visita.
Divisão simétrica
O fato de Lula ter optado por passar um dia e meio em Israel e um dia e meio na Cisjordânia está sendo interpretado pelos palestinos como um sinal de que o Brasil poderia vir a ser um “mediador honesto” na resolução do conflito.
Já do ponto de vista de Israel, a visita de Lula será “um pouco curta”.
“Visitas de chefes de Estado do nível do presidente Lula geralmente têm a duração de três dias”, disse à BBC Brasil a embaixadora Dorit Shavit, diretora do departamento de América Latina do ministério das Relações Exteriores de Israel.
"A decisão do presidente Lula de pernoitar em Belém não nos surpreende, pois em seu discurso ele sempre cria a simetria", acrescentou a embaixadora israelense.
Shavit disse ainda que o país “está muito contente com a perspectiva da visita, pois está ciente da importância do Brasil e tem interesse de estreitar as relações entre os dois países”.
Segundo as autoridades israelenses, os compromissos do presidente brasileiro durante o dia e meio que ele vai passar em Israel ainda não estão totalmente definidos e, em vista do tempo curto da visita, provavelmente alguns dos planos originais terão que ser cancelados.
Ocupação
Do lado palestino, a agenda de Lula parece já estar acertada.
Em vez de se reunir com o presidente brasileiro em Ramallah, onde fica a sede da Autoridade Palestina, como é feito habitualmente, o presidente palestino Mahmoud Abbas decidiu que as reuniões politicas serão realizadas na cidade de Belém.
Segundo o deputado Faez Saqqa, a razão da decisão é mostrar ao presidente Lula “como é a vida dos palestinos sob a ocupação israelense”.
Saqqa também disse que o povo palestino “aprecia altamente o papel do presidente Lula e sua visão sobre o conflito no Oriente Médio”.
“A decisão do presidente Lula de pernoitar em Belém é um sinal de sua solidariedade evidente com a causa palestina”, acrescentou.
Integrantes do departamento de negociações da OLP, que pediram para não ter seus nomes identificados, também afirmaram ver como positiva a presença de Lula em Belém.
"O próprio fato de que o presidente brasileiro irá pernoitar em uma cidade palestina passa uma mensagem muito forte para o mundo, de que apesar de todas as nossas dificuldades decorrentes da ocupação israelense somos capazes de receber uma visita desse nível", disse um integrante do departamento à BBC Brasil.
O funcionário também disse esperar que a visita de Lula a Belém incentive turistas estrangeiros a visitar a cidade, "pois demonstrará que Belém é um lugar seguro".
Palestinos ouvidos pela BBC Brasil nesta quarta-feira elogiaram a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de passar uma noite na cidade de Belém, na Cisjordânia, durante sua visita ao Oriente Médio, prevista para ter inicio no dia 14 deste mês.
A decisão do presidente brasileiro de não seguir o protocolo habitual de chefes de Estado, que quando visitam o Oriente Médio costumam pernoitar em hotéis em Jerusalém e visitam os territórios palestinos por apenas algumas horas, é vista pelos palestinos como um “gesto de solidariedade”.
De acordo com o deputado Faez Saqqa, ex-representante da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) na América Latina e um dos líderes do partido Fatah, a liderança palestina quer mostrar a Lula a vida “sob a ocupação israelense”.
“Em Belém, Lula poderá ver de perto o muro que Israel construiu na Cisjordânia, que divide a cidade em duas partes. Ele também poderá observar, da janela do hotel onde ficará hospedado, os campos de refugiados palestinos e os assentamentos israelenses”, disse Saqqa, que participa da organização da agenda da visita.
Divisão simétrica
O fato de Lula ter optado por passar um dia e meio em Israel e um dia e meio na Cisjordânia está sendo interpretado pelos palestinos como um sinal de que o Brasil poderia vir a ser um “mediador honesto” na resolução do conflito.
Já do ponto de vista de Israel, a visita de Lula será “um pouco curta”.
“Visitas de chefes de Estado do nível do presidente Lula geralmente têm a duração de três dias”, disse à BBC Brasil a embaixadora Dorit Shavit, diretora do departamento de América Latina do ministério das Relações Exteriores de Israel.
"A decisão do presidente Lula de pernoitar em Belém não nos surpreende, pois em seu discurso ele sempre cria a simetria", acrescentou a embaixadora israelense.
Shavit disse ainda que o país “está muito contente com a perspectiva da visita, pois está ciente da importância do Brasil e tem interesse de estreitar as relações entre os dois países”.
Segundo as autoridades israelenses, os compromissos do presidente brasileiro durante o dia e meio que ele vai passar em Israel ainda não estão totalmente definidos e, em vista do tempo curto da visita, provavelmente alguns dos planos originais terão que ser cancelados.
Ocupação
Do lado palestino, a agenda de Lula parece já estar acertada.
Em vez de se reunir com o presidente brasileiro em Ramallah, onde fica a sede da Autoridade Palestina, como é feito habitualmente, o presidente palestino Mahmoud Abbas decidiu que as reuniões politicas serão realizadas na cidade de Belém.
Segundo o deputado Faez Saqqa, a razão da decisão é mostrar ao presidente Lula “como é a vida dos palestinos sob a ocupação israelense”.
Saqqa também disse que o povo palestino “aprecia altamente o papel do presidente Lula e sua visão sobre o conflito no Oriente Médio”.
“A decisão do presidente Lula de pernoitar em Belém é um sinal de sua solidariedade evidente com a causa palestina”, acrescentou.
Integrantes do departamento de negociações da OLP, que pediram para não ter seus nomes identificados, também afirmaram ver como positiva a presença de Lula em Belém.
"O próprio fato de que o presidente brasileiro irá pernoitar em uma cidade palestina passa uma mensagem muito forte para o mundo, de que apesar de todas as nossas dificuldades decorrentes da ocupação israelense somos capazes de receber uma visita desse nível", disse um integrante do departamento à BBC Brasil.
O funcionário também disse esperar que a visita de Lula a Belém incentive turistas estrangeiros a visitar a cidade, "pois demonstrará que Belém é um lugar seguro".
BBC
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