25 março 2010

Lula anuncia PAC 2 e multa eleitoral "ao povo"



Claudio Leal

Na inauguração da primeira etapa do PAC da Habitação na Vila Vicentina, em Osasco, o presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foram recebidos por centenas de moradores do bairro popular.

Ele anunciou, para a próxima segunda-feira, 29, o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) e garantiu: "A gente vai viajar o Brasil inteiro para inaugurar todas as coisas, esse processo vai continuar".

Na entrega das primeiras 178 unidades habitacionais, o presidente revelou que uma briga travada por ele com as empreiteiras e com a Caixa Econômica Federal foi pra garantir uma varandinha nos conjuntos habitacionais.

E explicou: "Porque, às vezes tem uma noite de lua cheia, às vezes a mulher briga com o marido e manda ele esfriar a cabeça na varanda". Enquanto o povo gargalhava, ele continuou: "Em vez de a mulher bater com chinelo e concha de feijão, ela tranca o marido do lado de fora pra ver se ele esfria mais a cabeça".

Ainda brincalhão e em tom caseiro, o presidente declarou que as obras do governo vão continuar. Mas, prevenido com os coros, aludiu à multa de R$ 5 mil imposta pela Justiça Eleitoral por ter citado o nome de Dilma Rousseff num comício: "Não adianta gritar nome. Pra mim, não tem nome".

Anunciando justamente o contrário, ouviu os gritos dos habitantes da Vila Vicentino: "Dilma! Dilma! Dilma!".

- Se for multado, vou trazer a conta pra vocês. Quem vai pagar a multa? - gracejou o presidente.

Lula justificou que falaria rapidamente porque estava de helicóptero, prestes a chover. Dali, Seguiria para um congresso de mulheres metalúrgicas em São Bernardo do Campo, onde tem residência.

Ato falho

Em seu discurso, Dilma afirmou que o PAC 2 servirá pra aumentar a urbanização das regiões atendidas pelo programa anterior, qualificando-as também com pracinhas e espaços de convivência.

De blusa azul e sorridente, a pré-candidata do PT à presidência da República foi recebida aos gritos de "Olê, olê, olá, Dilma, Dilma" e "Dilma presidente!".

Nada comparável, porém, à aclamação do presidente Lula. Um ato falho do prefeito de Osasco, Emídio de Sousa (PT), deu a deixa para voltar aos gritos de Dilma presidente.

Emídio disse que tinha sido candidato à presidente, ao invés de prefeito, quando se corrigiu. "Eu não sou candidato a presidente, mas vocês sabem quem é o meu candidato a presidente. Ou a minha".

Foi então que os presentes começaram a gritar novamente "Dilma, presidente". E Dilma olhou para baixo.

O líder comunitário Cláudio Santos Almeida chorou ao se dirigir a Lula e Dilma no discurso: "Vocês não trouxeram casa para nós, vocês trouxeram dignidade para nós".

Lula e Dilma pegavam camisas e bandeiras para autografar. Até que o presidente parou. "Não dá porque a camisa está molhada, a tinta não pega. Você parece o Ronaldão", referiu-se a alguém na plateia.

Terra

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