06 julho 2009

Golpe em Honduras 'não vai durar 2 ou 3 meses', diz Amorim

por Daniela Fernandes

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, nesta segunda-feira, em Paris, que “a situação dos golpistas em Honduras é insustentável” e que “será muito difícil para eles se manterem no poder, porque são muito dependentes da ajuda externa”.

“Honduras é muito dependente da ajuda dos Estados Unidos, do Banco Mundial e de petróleo. Esse novo governo não tem possibilidade de durar dois ou três meses”, disse o chanceler, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma visita a Paris, durante uma entrevista na embaixada brasileira na capital francesa.

Além do fator econômico, Amorim afirmou que o novo governo hondurenho “não tem legitimidade internacional e nem o apoio de ninguém”.

O ministro disse esperar que a situação em Honduras se resolva “nos próximos dias ou semanas” e reiterou a necessidade de que haja uma solução rápida para a crise.

Legitimidade

Segundo o chanceler, para o governo brasileiro, a solução para a crise em Honduras tem de passar pelo retorno do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao poder, embora sua tentativa de retornar ao país na noite de domingo tenha fracassado.

Amorim afirmou que “o novo governo (hondurenho) sequer tem legitimidade para conduzir as eleições” e, por este motivo, é preciso encontrar uma solução rápida para o golpe de Estado no país.

“Se eles (os golpistas) tiverem uma atitude de intransigência, de teimosia, o temor é de que isso gere mais demonstrações (populares) e que elas sejam reprimidas com violência, o que vai agravar muito a situação”, afirmou.

“Não há nenhum país no mundo que se disponha sequer a ter relações diplomáticas com os golpistas. A situação deles é insustentável”, afirmou o chanceler.

Amorim disse ainda que os golpistas “são um tipo de direita que não tem mais lugar nem cabimento na América Latina”.

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