04 junho 2009

Decisão da OEA sobre Cuba é comemorada em Brasília

Parlamentares e autoridades brasileiras comemoraram nesta quarta (3), em Brasília, a decisão por unanimidade da Organização dos Estados Americanos (OEA) em revogar a expulsão de Cuba da instituição. Por meio da sua assessoria de imprensa, o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim disse que “o bom senso continua vivo”. Por decisão dos Estados Unidos a Ilha foi expulsa do grupo em 1962.

O ministro Celso Amorim, que participou da reunião da OEA em Honduras, lembrou do papel estratégico que o Brasil exerceu no encontro. Foi do governo brasileiro a proposta da formação de um grupo de trabalho para tratar do retorno de Cuba à OEA.

A presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), disse em nome dos mais de 200 parlamentares do colegiado, entre deputados e senadores, que o povo brasileiro, amigo dos cubanos, também comemorava a decisão. Segundo ela, há 47 anos os cubanos vinham lutando contra essa injustiça. “Ganhou a unidade do povo latino-americano”, disse.

Outro integrante do grupo, deputado Nilson Mourão (PT-AC), destacou que Cuba nunca baixou a cabeça nem se humilhou diante da investida dos EUA. “Manteve a sua posição coerente, defendendo, conforme prescreve a Carta da OEA, o direito à autodeterminação, o direito de ter um governo com autonomia e soberania, como devem ser todos os governos no nosso continente”, lembrou.

Para o líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), a decisão é histórica e demonstra que os tempos são outros nas Américas, onde a democracia se consolida e se fortalece. “Não poderíamos falar em integração americana, não poderíamos falar em liberdade e igualdade excluindo uma Nação apenas porque tem um modelo, tem um sistema, tem uma concepção de Governo respaldada pelo seu povo que não era aceito por poucos aqui nas Américas”, disse o líder.

Ele argumentou também que a integração de Cuba revela que o mundo vive um momento diferente e demonstra aos que insistem na prática do autoritarismo e prepotência que a força das armas nem sempre prevalece. “Persistir defendendo a liberdade e a democracia vale à pena. Ela acaba prevalecendo, acaba vencendo. Viva a todos aqueles que lutaram pela integração de Cuba. Parabéns aos cubanos e a todos que tomaram essa deliberação na Assembléia Geral da OEA.”

“Foram anos de bloqueio, anos de muro, e esse muro está quebrando. É importante que se avance na integração democrática e soberana de Cuba no mercado, nas instituições políticas e no processo de integração latino-americana. Por isso é que nós, que defendemos o povo cubano, saudamos a OEA por essa postura de, por unanimidade, aceitar o reingresso de Cuba”, afirmou o deputado José Genoíno (PT-SP), outro integrante do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba.

De Brasília,

Iram Alfaia

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