O ex-ministro corre o País para articular acandidatura de Dilma Rousseff à Presidência, duvida de acordo entre PMDB e PSDB e nega que faça consultoria para Carlos Slim
Por Octávio Costa e Adriana Nicacio
Desejo José Dirceu quer que seu julgamento no STF aconteça logo: "Na prática, estou cumprindo pena"
Na próxima semana, o exministro José Dirceu vai a Goiânia e a Palmas. Segue depois para Belém e outras cidades do Norte. Além de mobilizar a militância petista, o alvo preferencial de suas articulações é o PMDB. Nesta entrevista, Dirceu diz que 2010 "não será uma eleição fácil". Por isso, atribui especial importância aos acertos do PT com os peemedebistas na Bahia, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e até mesmo em São Paulo. "Muitos políticos do PMDB não querem a aliança com Serra e eu pago para ver o Serra cumprir o acordo com o Quércia", explica.
Como revelou ISTOÉ na última edição, Quércia fez acordo com o governador paulista e tem viajado pelo País com o objetivo de levar o PMDB para a candidatura tucana. Dirceu acompanha com faro fino os movimentos dos tucanos: "O Aécio tem dito a interlocutores que não será vice de Serra. E, se o Serra não tiver apoio do Aécio, ele não ganha a eleição."
Na opinião do ex-ministro, Aécio não cederá a vez a José Serra "porque ninguém quer enfrentar o presidente Lula em 2014". Quanto a seus próprios projetos políticos, Dirceu, que hoje ganha a vida como consultor de empresas, sonha com a absolvição no STF e a anistia da Câmara. "Se tudo der certo, posso me candidatar em 2014. Mas ainda é muito cedo para falar disso", diz.
ISTOÉ - Após a divulgação da doença da ministra Dilma Rousseff, surgiram comentários de que o PT tem um plano B. É verdade?
José Dirceu - A candidatura de Dilma Rousseff se consolidou no PT. Já visitei quase 20 Estados e é o que eu vejo. Ela também avança, mais do que prevíamos, no eleitorado. Eu tinha escrito no meu blog que na Semana Santa ela teria 15%.
No Carnaval, ela bateu nesse percentual. Na minha avaliação, Dilma vai encostar no Serra antes do ano que vem. Descoberto um linfoma na ministra, ninguém piscou no PT. Também não vi aliados propondo plano B ou plano C. Muda só no sentido de se adequar a agenda de Dilma ao tratamento.
ISTOÉ - E a agenda de 2014?
Dirceu - No Brasil, a legislação não proíbe o presidente de retornar. No México, é um mandato só, não há reeleição. Nos Estados Unidos são dois mandatos e o presidente não volta. No Brasil, a legislação já é liberal demais.
ISTOÉ - Na viagem à Turquia, o presidente Lula disse que pode voltar em 2014.
Dirceu - Ainda é cedo para dizer. Temos que ver o que será bom para ele e para o Brasil. Primeiro para o Brasil, depois para o PT, e depois para ele em 2014. Eu vejo que Lula tem legitimidade para voltar em 2014.
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Por Octávio Costa e Adriana Nicacio
Desejo José Dirceu quer que seu julgamento no STF aconteça logo: "Na prática, estou cumprindo pena"
Na próxima semana, o exministro José Dirceu vai a Goiânia e a Palmas. Segue depois para Belém e outras cidades do Norte. Além de mobilizar a militância petista, o alvo preferencial de suas articulações é o PMDB. Nesta entrevista, Dirceu diz que 2010 "não será uma eleição fácil". Por isso, atribui especial importância aos acertos do PT com os peemedebistas na Bahia, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e até mesmo em São Paulo. "Muitos políticos do PMDB não querem a aliança com Serra e eu pago para ver o Serra cumprir o acordo com o Quércia", explica.
Como revelou ISTOÉ na última edição, Quércia fez acordo com o governador paulista e tem viajado pelo País com o objetivo de levar o PMDB para a candidatura tucana. Dirceu acompanha com faro fino os movimentos dos tucanos: "O Aécio tem dito a interlocutores que não será vice de Serra. E, se o Serra não tiver apoio do Aécio, ele não ganha a eleição."
Na opinião do ex-ministro, Aécio não cederá a vez a José Serra "porque ninguém quer enfrentar o presidente Lula em 2014". Quanto a seus próprios projetos políticos, Dirceu, que hoje ganha a vida como consultor de empresas, sonha com a absolvição no STF e a anistia da Câmara. "Se tudo der certo, posso me candidatar em 2014. Mas ainda é muito cedo para falar disso", diz.
ISTOÉ - Após a divulgação da doença da ministra Dilma Rousseff, surgiram comentários de que o PT tem um plano B. É verdade?
José Dirceu - A candidatura de Dilma Rousseff se consolidou no PT. Já visitei quase 20 Estados e é o que eu vejo. Ela também avança, mais do que prevíamos, no eleitorado. Eu tinha escrito no meu blog que na Semana Santa ela teria 15%.
No Carnaval, ela bateu nesse percentual. Na minha avaliação, Dilma vai encostar no Serra antes do ano que vem. Descoberto um linfoma na ministra, ninguém piscou no PT. Também não vi aliados propondo plano B ou plano C. Muda só no sentido de se adequar a agenda de Dilma ao tratamento.
ISTOÉ - E a agenda de 2014?
Dirceu - No Brasil, a legislação não proíbe o presidente de retornar. No México, é um mandato só, não há reeleição. Nos Estados Unidos são dois mandatos e o presidente não volta. No Brasil, a legislação já é liberal demais.
ISTOÉ - Na viagem à Turquia, o presidente Lula disse que pode voltar em 2014.
Dirceu - Ainda é cedo para dizer. Temos que ver o que será bom para ele e para o Brasil. Primeiro para o Brasil, depois para o PT, e depois para ele em 2014. Eu vejo que Lula tem legitimidade para voltar em 2014.
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