Lula empreende a segunda viagem ao gigante asiático para formar uma frente comum e consolidar uma liderança conjunta do grupo de países emergentes.
FRANCHO BARÓN - Río de Janeiro - 18/05/2009
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, desembarca hoje em Pequim com o firme propósito de fechar um pacto estratégico entre Brasil e China que pode consolidar a ambos países como ponta de lança das potências emergentes no cenário do tabuleiro global. Seguindo a visita feita à Arabia Saudita, Lula chega à China acompanhado de uma comitiva de 200 empresários brasileiros e vários ministros, e repleto de projetos, uns mais realistas do que o outro, centrados principalmente nos âmbitos financeiro, comercial e tecnológico. Se trata da segunda visita oficial do mandatário brasileiro ao gigante asiático, e acontece num momento memorável: no mês passado, a China se converteu no primerio sócio comercial do Brasil, desbancando pela primeira vez os EUA.
Lula, que pretende acabar seu segundo mandato coroado como um dos mais brilhantes estadistas desta década, pretende convencer seu colega, Hu Jintao, a reduzir suas dependências da economia americana e, para ele, de prescindir do dólar no comércio bilateral entre os dois países. O Brasil, que converteu esse tema em um de seus cavalos de batalha nas relações comerciais com vários sócios, já aplica o novo sistema cambial com a Argentina, assim como já deu inicio a conversações para implantá-lo também com o Uruguai e a Colômbia.
"Não necessitamos do dólar. Por que dois países importantes como a China e o Brasil têm que usar o dólar como referência em lugar de suas moedas nacionais? É um absurdo, assim como dar a um só país o poder de imprimir esta moeda. Necessitamos dar mais valor às moedas da China e do Brasil", afirmou Lula na semana passada à revista chinesa Caijing.
Aliados
A China encontrou no Brasil um forte aliado não só no âmbito comercial como também nos foros multilaterais, no que ultimamente os dois países tẽm feito frente comum. Na última reunião do G-20 em Londres, Lula e Hu Jintao insistiram na necessidade de reformar as intituições finaceiras mundial, como o FMI e o Banco Mundial, os quais os dois presidentes consideram obsoletos e pouco representativos da nova ordem econômica mundial.
"Brasil e China coincidem em muitas coisas no que se relaciona às reformas e as transformações da ordem internacional. O único tema em que as posições são distintas é na reforma do Conselho de Segurança da ONU, já que este assunto China tem suas próprias preocupações por questões regionais", explica uma fonte próxima ao presidente Lula.
Pese a investida da crise financeira, China seguirá registrando neste ano uma taxa de crescimiento superior a 6%, segundo as últimas previsões do Banco Mundial. Brasil, por sua vez, acusa muito mais a tormenta econômica e os mercados prognosticam que em 2009 o produto interno bruto (PIB) do país cairá a níveis negativos. Neste contexto, no ano passado, a balança comercial entre China e Brasil se inclinou consideravelemente a favor do asiático, se bem que as exportações brasileiras não pararam de crecer exponencialmente na última década até mais de 16.400 bilhões de dólares registrados en 2008.
Lula desembarca em Pequim com um argumento de peso para afirmar as relações bilaterais com China: em abril, o comércio bilateral entre ambos países movimentou 3.200 bilhões de dólares, superando os 2.800 bilhões registrados nas transações entre Brasil e EUA no mesmo período. O dado é significativo, já que até o mês passado os Estados Unidos ostentavam a categoria de primeiro sócio comercial de Brasil. Estes resultados se devem a que entre os meses de janeiro e abril as exportações brasileiras para a China cresceram 65% em comparação com o mesmo período do ano passado. A grande trava para o Brasil é que entre 70% e 80% destas vendas correspondem a materias primas, como soja o ferro, muito menos rentáveis que os produtos transformados. Lula pretende na visita convencer a seu colega da necesidade de reverter esta situação.
Aunque desde el Gobierno brasileño no se diga claramente, para Brasil es de vital importancia cerrar un acuerdo clave para la estatal Petrobras. Lula pretende que el Banco de Fomento chino financie con 10.000 millones de dólares la exploración de nuevas bolsas de crudo en el denominado pre sal, una inmensa área submarina frente a las costas de Río de Janeiro y São Paulo, donde se cree que siguen ocultas ingentes cantidades del preciado líquido. A cambio, Brasil garantizaría a su socio asiático la venta diaria de 200.000 barriles de crudo.
Pero no sólo de petróleo quiere hablar Lula. Como ya hiciera recientemente con el presidente estadounidense, Barack Obama, está previsto que Lula desgrane ante Hu Jintao las excelencias del etanol como nueva fuente de energía verde y alternativa al crudo.
P.S. traduzido por Glória Leite
Fonte: El País
FRANCHO BARÓN - Río de Janeiro - 18/05/2009
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, desembarca hoje em Pequim com o firme propósito de fechar um pacto estratégico entre Brasil e China que pode consolidar a ambos países como ponta de lança das potências emergentes no cenário do tabuleiro global. Seguindo a visita feita à Arabia Saudita, Lula chega à China acompanhado de uma comitiva de 200 empresários brasileiros e vários ministros, e repleto de projetos, uns mais realistas do que o outro, centrados principalmente nos âmbitos financeiro, comercial e tecnológico. Se trata da segunda visita oficial do mandatário brasileiro ao gigante asiático, e acontece num momento memorável: no mês passado, a China se converteu no primerio sócio comercial do Brasil, desbancando pela primeira vez os EUA.
Lula, que pretende acabar seu segundo mandato coroado como um dos mais brilhantes estadistas desta década, pretende convencer seu colega, Hu Jintao, a reduzir suas dependências da economia americana e, para ele, de prescindir do dólar no comércio bilateral entre os dois países. O Brasil, que converteu esse tema em um de seus cavalos de batalha nas relações comerciais com vários sócios, já aplica o novo sistema cambial com a Argentina, assim como já deu inicio a conversações para implantá-lo também com o Uruguai e a Colômbia.
"Não necessitamos do dólar. Por que dois países importantes como a China e o Brasil têm que usar o dólar como referência em lugar de suas moedas nacionais? É um absurdo, assim como dar a um só país o poder de imprimir esta moeda. Necessitamos dar mais valor às moedas da China e do Brasil", afirmou Lula na semana passada à revista chinesa Caijing.
Aliados
A China encontrou no Brasil um forte aliado não só no âmbito comercial como também nos foros multilaterais, no que ultimamente os dois países tẽm feito frente comum. Na última reunião do G-20 em Londres, Lula e Hu Jintao insistiram na necessidade de reformar as intituições finaceiras mundial, como o FMI e o Banco Mundial, os quais os dois presidentes consideram obsoletos e pouco representativos da nova ordem econômica mundial.
"Brasil e China coincidem em muitas coisas no que se relaciona às reformas e as transformações da ordem internacional. O único tema em que as posições são distintas é na reforma do Conselho de Segurança da ONU, já que este assunto China tem suas próprias preocupações por questões regionais", explica uma fonte próxima ao presidente Lula.
Pese a investida da crise financeira, China seguirá registrando neste ano uma taxa de crescimiento superior a 6%, segundo as últimas previsões do Banco Mundial. Brasil, por sua vez, acusa muito mais a tormenta econômica e os mercados prognosticam que em 2009 o produto interno bruto (PIB) do país cairá a níveis negativos. Neste contexto, no ano passado, a balança comercial entre China e Brasil se inclinou consideravelemente a favor do asiático, se bem que as exportações brasileiras não pararam de crecer exponencialmente na última década até mais de 16.400 bilhões de dólares registrados en 2008.
Lula desembarca em Pequim com um argumento de peso para afirmar as relações bilaterais com China: em abril, o comércio bilateral entre ambos países movimentou 3.200 bilhões de dólares, superando os 2.800 bilhões registrados nas transações entre Brasil e EUA no mesmo período. O dado é significativo, já que até o mês passado os Estados Unidos ostentavam a categoria de primeiro sócio comercial de Brasil. Estes resultados se devem a que entre os meses de janeiro e abril as exportações brasileiras para a China cresceram 65% em comparação com o mesmo período do ano passado. A grande trava para o Brasil é que entre 70% e 80% destas vendas correspondem a materias primas, como soja o ferro, muito menos rentáveis que os produtos transformados. Lula pretende na visita convencer a seu colega da necesidade de reverter esta situação.
Aunque desde el Gobierno brasileño no se diga claramente, para Brasil es de vital importancia cerrar un acuerdo clave para la estatal Petrobras. Lula pretende que el Banco de Fomento chino financie con 10.000 millones de dólares la exploración de nuevas bolsas de crudo en el denominado pre sal, una inmensa área submarina frente a las costas de Río de Janeiro y São Paulo, donde se cree que siguen ocultas ingentes cantidades del preciado líquido. A cambio, Brasil garantizaría a su socio asiático la venta diaria de 200.000 barriles de crudo.
Pero no sólo de petróleo quiere hablar Lula. Como ya hiciera recientemente con el presidente estadounidense, Barack Obama, está previsto que Lula desgrane ante Hu Jintao las excelencias del etanol como nueva fuente de energía verde y alternativa al crudo.
P.S. traduzido por Glória Leite
Fonte: El País
Nenhum comentário:
Postar um comentário