Da série “o rei está nu”
Por Armando Coelho Neto - Fonte: Blog do Nassif
Sobre a Operação Satiagraha, o enfoque que vem sendo dado pela Globo e outros veículos, na esteira dos obscuros interesses da revista Veja, não está correto.
Veja, Globo e outros estão falando em pedir providências das autoridades. Alguns se escondem com expressões do gênero, “A Veja disse que teria…” numa forma de, com o verbo no condicional, escamotear o que endossam.
Bom lembrar que os documentos citados por Veja são a própria providência ou já são parte dela, em andamento na Polícia Federal.
Não obstante, pedem providência!
A Veja fala como se ela tivesse descoberto fatos, quando quem teve a iniciativa de ir até a casa do delegado Protógenes foi a PF. Foi a PF que recolheu o que encontrou, analisou e tomou medidas, enviando inclusive para a Justiça.
O que se vê é a leitura tendenciosa de Veja, sensacionalista, que tem encontrado amparo pouco prudente até de pessoas respeitáveis.
Constata-se uma leitura manipulada de quem não tem tradição alguma de praticar um jornalismo sério.
Na condição de Delegado Federal, eu tenho cópias de documentos de alguns trabalhos que fiz, até pra me resguardar e resguardar o interesse público - em caso de má fé de terceiros. Que mal há nisso? Isso autoriza alguém a dizer que eu iria usar tais documentos para chantagear alguém ou praticar qualquer crime? Se durante uma investigação, suspeito de alguma derivação, é meu dever aferir ou esconder? Em aferindo a improcedência do que suspeitei, sou obrigado a jogar fora?
Se a Veja sabe disso, vai dizer que na PF a regra é “guardar tudo para fins criminosos”; outros falarão de Estado Policial ou recorrerão a mantras e frases de efeito que só servem para alimentar no imaginário social a aceitação das estruturas podres que minam o Estado.
Dentro do jornalismo investigativo, um material produzido, mas não utilizado pelo jornal, TV, revista deve, necessariamente, ser jogado fora? Guardar, manter em seu arquivo pessoal tal material só pode ter destino espúrio?
Digo, pois, que se eu tivesse trabalhado numa operação como a Satiagraha, eu não teria fragmentos do trabalho, teria sim, cópia integral de tudo, sem que disso se pudesse ter qualquer conotação criminosa.
É improvável que uma operação daquele porte, envolvendo tantos interesses escusos, tenha transcorrido sem deslizes. Mas, certamente de proporções diminutas diante da cleptocracia brasileira, endossada por alguns veículos de imprensa - o que nos leva a supor que o Protógenes tinha razão ao cogitar de um esquema de mídia para proteger criminosos.
O importante não é o que Veja teve acesso, mas sim a leitura que faz do que viu e do que tenta impor, na pretensa condição de formadora de opinião.
Não custa lembrar que um Estado Democrático e de Direitos se faz, sobretudo com uma imprensa digna, honesta.
Que venham as sapatadas!
Veja, Globo e outros estão falando em pedir providências das autoridades. Alguns se escondem com expressões do gênero, “A Veja disse que teria…” numa forma de, com o verbo no condicional, escamotear o que endossam.
Bom lembrar que os documentos citados por Veja são a própria providência ou já são parte dela, em andamento na Polícia Federal.
Não obstante, pedem providência!
A Veja fala como se ela tivesse descoberto fatos, quando quem teve a iniciativa de ir até a casa do delegado Protógenes foi a PF. Foi a PF que recolheu o que encontrou, analisou e tomou medidas, enviando inclusive para a Justiça.
O que se vê é a leitura tendenciosa de Veja, sensacionalista, que tem encontrado amparo pouco prudente até de pessoas respeitáveis.
Constata-se uma leitura manipulada de quem não tem tradição alguma de praticar um jornalismo sério.
Na condição de Delegado Federal, eu tenho cópias de documentos de alguns trabalhos que fiz, até pra me resguardar e resguardar o interesse público - em caso de má fé de terceiros. Que mal há nisso? Isso autoriza alguém a dizer que eu iria usar tais documentos para chantagear alguém ou praticar qualquer crime? Se durante uma investigação, suspeito de alguma derivação, é meu dever aferir ou esconder? Em aferindo a improcedência do que suspeitei, sou obrigado a jogar fora?
Se a Veja sabe disso, vai dizer que na PF a regra é “guardar tudo para fins criminosos”; outros falarão de Estado Policial ou recorrerão a mantras e frases de efeito que só servem para alimentar no imaginário social a aceitação das estruturas podres que minam o Estado.
Dentro do jornalismo investigativo, um material produzido, mas não utilizado pelo jornal, TV, revista deve, necessariamente, ser jogado fora? Guardar, manter em seu arquivo pessoal tal material só pode ter destino espúrio?
Digo, pois, que se eu tivesse trabalhado numa operação como a Satiagraha, eu não teria fragmentos do trabalho, teria sim, cópia integral de tudo, sem que disso se pudesse ter qualquer conotação criminosa.
É improvável que uma operação daquele porte, envolvendo tantos interesses escusos, tenha transcorrido sem deslizes. Mas, certamente de proporções diminutas diante da cleptocracia brasileira, endossada por alguns veículos de imprensa - o que nos leva a supor que o Protógenes tinha razão ao cogitar de um esquema de mídia para proteger criminosos.
O importante não é o que Veja teve acesso, mas sim a leitura que faz do que viu e do que tenta impor, na pretensa condição de formadora de opinião.
Não custa lembrar que um Estado Democrático e de Direitos se faz, sobretudo com uma imprensa digna, honesta.
Que venham as sapatadas!
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