"Berlusconi tenta reescrever a história da Itália. Um dos sintomas é a situação de Cesare Battisti". As palavras são de José Luís Del Roio, 65, ex-senador (2006-2008) pelo Partido da Refundação Comunista, da Itália. Brasileiro, de Bragança Paulista, ele vê na vida política do país sinais do renascimento do fascismo. "É o governo mais direitista da Europa", diz ele, em entrevista à Carta Maior.
Gilberto Maringoni
Dirigente do Fórum Mundial das Alternativas, uma das principais organizações do Fórum Social Mundial, e residente em Milão há 36 anos, Del Roio concedeu a seguinte entrevista à Carta Maior, em São Paulo.
Carta Maior - Como o Sr. vê a política atual do governo Berlusconi em relação aos imigrantes?
Del Roio - A Itália é um país com uma certa homogeneidade histórica e social. Há muitas culturas que estão ali há dois ou três mil anos. Foi criada, ao longo dos séculos, uma aparência de país branco e cristão, ou seja, católico, apostólico e romano. Além disso, a Itália foi o último país europeu a reverter a onda imigrantista. Foi apenas a partir de 1973 que o fluxo de pessoas que entravam foi maior do que o número dos que saíam da Itália. Pois este país, quando começa a receber pessoas de culturas diferentes, tem uma reação estranha. Esses diferentes são na maior parte dos casos, vizinhos albaneses, eslavos, muçulmanos, africanos negros e por aí vai. A reação se acentuou quando a direita chegou ao poder, com uma conduta marcadamente xenófoba. Ela atualiza o discurso nazista clássico, que se voltava contra judeus e ciganos. Agora os indesejados são vários. São os ciganos, os de pele escura, os que professam outros credos etc. O curioso é que os ciganos não são estrangeiros. Alguns estão lá há 600 anos. Mas com um discurso que vincula a criminalidade e a insegurança ao forasteiro, a direita colocou cerca de 4 milhões de estrangeiros que vivem no país na defensiva. Eles representam cerca de 8% da população. Não é uma proporção desmedida. Mas o discurso pegou.
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Gilberto Maringoni
Dirigente do Fórum Mundial das Alternativas, uma das principais organizações do Fórum Social Mundial, e residente em Milão há 36 anos, Del Roio concedeu a seguinte entrevista à Carta Maior, em São Paulo.
Carta Maior - Como o Sr. vê a política atual do governo Berlusconi em relação aos imigrantes?
Del Roio - A Itália é um país com uma certa homogeneidade histórica e social. Há muitas culturas que estão ali há dois ou três mil anos. Foi criada, ao longo dos séculos, uma aparência de país branco e cristão, ou seja, católico, apostólico e romano. Além disso, a Itália foi o último país europeu a reverter a onda imigrantista. Foi apenas a partir de 1973 que o fluxo de pessoas que entravam foi maior do que o número dos que saíam da Itália. Pois este país, quando começa a receber pessoas de culturas diferentes, tem uma reação estranha. Esses diferentes são na maior parte dos casos, vizinhos albaneses, eslavos, muçulmanos, africanos negros e por aí vai. A reação se acentuou quando a direita chegou ao poder, com uma conduta marcadamente xenófoba. Ela atualiza o discurso nazista clássico, que se voltava contra judeus e ciganos. Agora os indesejados são vários. São os ciganos, os de pele escura, os que professam outros credos etc. O curioso é que os ciganos não são estrangeiros. Alguns estão lá há 600 anos. Mas com um discurso que vincula a criminalidade e a insegurança ao forasteiro, a direita colocou cerca de 4 milhões de estrangeiros que vivem no país na defensiva. Eles representam cerca de 8% da população. Não é uma proporção desmedida. Mas o discurso pegou.
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