08 janeiro 2009

Israel vive paradoxo aos 60 anos

Construção de muro proporciona a sonhada segurança, mas país só perde em impopularidade no mundo para o Irã

Daniela Kresch

Mais de 1 milhão de turistas invadiram Jerusalém durante o feriado da Páscoa Judaica, há duas semanas. A última vez que tanta gente desembarcou na cidade foi em 1987. Nesses 20 anos, os turistas se mantiveram distantes de Israel e, principalmente, de Jerusalém, por causa dos atentados palestinos. Às vésperas de completar 60 anos na quinta-feira, Israel nunca foi tão seguro - e, ao mesmo tempo, tão impopular no cenário internacional. Uma pesquisa da BBC divulgada há um mês revela que Israel só perde para o Irã nesse quesito. Para 52% dos mais de 17 mil entrevistados em 34 países, Israel exerce influência negativa no mundo.

Seis décadas depois de sua fundação, Israel não inspira mais, no mundo, a admiração dos primeiros anos de existência - quando era visto como a única democracia do Oriente Médio lutando para se desenvolver numa região politicamente complexa e geograficamente árida. O prestígio do país ficou arranhado em grande parte por causa das medidas de linha dura tomadas por seus líderes para acabar com os ataques de grupos radicais palestinos cujo objetivo principal é acabar com o Estado judeu.

O governo israelense conseguiu sufocar a segunda intifada, a revolta palestina contra a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, na qual mais de mil israelenses e 3 mil palestinos morreram entre os anos 2000 e 2006. O ritmo dos grandes atentados suicidas despencou de 25 por ano, entre 2000 e 2005, para apenas dois, de 2006 a 2008. Apesar dos lançamentos diários de foguetes Qassam da Faixa de Gaza pelo Hamas e pela Jihad Islâmica, as principais cidades do país são, hoje, ilhas de tranqüilidade se comparadas a São Paulo ou Rio. Os restaurantes, shopping centers e cinemas de Tel-Aviv, Jerusalém e Haifa vivem lotados, apesar de ainda contarem com guardas armados nas portas, revistando bolsas e sacolas.

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