30 dezembro 2008

Fora da disputa, Lula quer ser estadista de porte europeu, diz 'El País'


As recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartando a possibilidade de disputar um terceiro mandato consecutivo fazem dele um estadista de porte europeu, afirma um artigo publicado nesta terça-feira no jornal espanhol El País.

“Lula não quer ser comparado com as veleidades populistas e perturbadoras de outros líderes da América Latina. Quer parecer mais com um estadista de porte europeu”, afirma o El País.

Para o jornal, Lula é um dos políticos com o “melhor olfato” da situação e, apesar de sua popularidade recorde de 83% após seis anos no governo e das fortes pressões do PT, decidiu ficar fora da disputa.

O jornal destaca que as eleições de 2010, as primeiras em 20 anos em que Lula não aparecerá como candidato, apresenta três cenários possíveis.

O primeiro é a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já defendida publicamente pelo presidente.

O jornal salienta, no entanto, que a candidatura de Dilma não virá “sem problemas”.

“Dilma não é a candidata defendida pelo PT, no qual nunca ocupou nenhum cargo e onde é vista como tecnocrata. E, sobretudo, ela não tem carisma pessoal", diz o El País.

"Para remediar este inconveniente, seus assessores de imagem já começaram a trabalhar: substituíram os óculos por lentes de contato, mudaram a cor de seu cabelo e a submeteram recentemente a uma cirurgia plástica facial."

De acordo com o diário espanhol, o segundo cenário seria a vitória de José Serra, candidato da oposição derrotado por Lula no segundo turno em 2002.

“A vitória de Serra seria uma verdadeira alternativa de poder e a mais temida pelo PT”.

E a última hipótese seria a defesa, por parte do presidente, de um candidato de fora do PT, pertencente a um dos 11 partidos da base aliada do governo.

“Um cenário que seria muito difícil de ser digerido pelos colegas do partido e que conta com a dificuldade de não existir um candidato capaz de fazer frente a Serra, que, hoje, tem 46% de intenções de voto”.

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