29 novembro 2008

Obama de saia justa

Em discurso de comemoração da independência cubana, Barack Obama declarou: "O caminho para a liberdade de todos os cubanos deve começar pela justiça a todos os prisioneiros políticos de Cuba, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, o direito à associação e deve conduzir a eleições livres e justas; esse é o meu compromisso". E acrescentou: "A minha política com relação a Cuba será orientada por uma palavra: liberdade".

Bonito né não?

Christopher Sabatini, em entrevista para o Terra Magazine, afirma que “Como observador e analista, vejo que ele quer dizer que levar liberdade a Cuba não está dentro do seu poder. Isso vai depender do povo cubano, dentro da ilha de Cuba. Com certeza ele não vai pactuar nem negociar com nenhum governo que não seja democrático. Ele quer paz e liberdade para os presos políticos dentro de Cuba.”

Ô xenge! Ele pode começar libertando os presos do Guantanamo, pois não.

“Não vai pactuar nem negociar com nenhum governo que não seja democrático”?

Peraí, Christopher Sabatini! Fiz uma busca rápida na internet e descobri as atuais ditaduras espalhadas pelo mundo. E eu DUVI-DÊ-O-DÓ que o Obama questionará metade delas. O negócio dos Estados Unidos, e o problema passa pelo Obama também, é não admitir um socialismo nos seus fundilhos.

Ditaduras pelo mundo

Arábia Saudita

Um dos maiores produtores de petróleo do mundo, o país é uma monarquia teocrática absolutista. O rei Abdullah conduz o país conforme a Sharia, a lei islâmica. Segundo a Human Rights Watch, em seu relatório de 2007, apesar da pressão internacional e doméstica, o governo não fez esforços suficientes para melhorar a situação dos direitos humanos no maior Estado da península arábica. A liberdade de associação e de expressão é limitada. Detenções arbitrárias e torturas ainda são práticas comuns.

A Anistia Internacional acrescenta, também em seu relatório deste ano, que as mulheres enfrentam uma discriminação freqüente na sociedade saudita. Há restrições em seu direito de ir e vir e também várias denúncias de violência doméstica.

No ranking dos países com menor liberdade de imprensa, da Freedom House, os sauditas ficaram em 18º lugar, de um total de 195 Estados.

Síria

A mesma família comanda o país desde 1971. Hafez Al-Assad governou por 29 anos, até sua morte, em 2000. Ele foi sucedido pelo filho Bashar, que lidera a Síria até hoje. Segundo a Human Rights Watch, as condições dos direitos humanos no país no último ano se deterioraram bastante. O estado de sítio imposto em 1963 continua em vigor. O governo prende e agride ativistas. Assim como na Arábia Saudita, a Síria prende, tortura e desaparece com opositores arbitrariamente.

A liberdade de expressão e de associação também é restrita. De acordo com a Anistia Internacional, o governo sírio impõe leis e práticas discriminatórias contra mulheres e a minoria curda que vive na fronteira com o Iraque e a Turquia. No ranking de censura à imprensa, o país ocupa a 17ª posição.

China

Governada pela ditadura comunista, desde 1948, quando Mao Tse Tung subiu ao poder, a China enfrenta denúncias contra a liberdade religiosa e de expressão, segundo a Anistia Internacional. Milhares de pessoas são condenadas à morte e executadas anualmente no país.

A Human Rights Watch destaca que a questão dos direitos humanos no país piorou significativamente no ano que passou. O controle sobre a imprensa e a internet, trabalhos científicos, organizações de advogados e ONGs é restrito. No ranking de falta de liberdade de imprensa, a China é a 15ª colocada. Os confrontos entre a polícia e opositores ao regime são violentos.

Coréia do Norte

Assim como a China, o país é governado por uma ditadura comunista forjada durante a Guerra Fria e, como na Síria, o poder é hereditário. Kim Il-sung governou a Coréia do Norte desde o fim da guerra na península, em 1953, até sua morte em 1994. Seu filho Kim Jong-il assumiu o poder, mas o cargo de “eterno presidente” foi extinto em homenagem ao antigo líder.

A Coréia do Norte lidera o ranking de censura à imprensa. O acesso à alimentação é sistematicamente violado pelo governo, segundo a Anistia Internacional. A ONU estima que 12% da população de 23 milhões de pessoas sofrem de fome severa. A ONG ainda acredita que famílias que fugiram do país e que retornaram a força “desaparecem” devido aos aparatos de repressão.

De acordo com a Human Rights Watch, o tráfico de mulheres também é um problema grave no país. Moças adultas e crianças na fronteira com a China são obrigadas a se casarem, prostituírem-se e servirem como escravas sexuais.

Cuba

O ditador Fidel Castro seria o governante há mais tempo no poder no mundo se não tivesse se licenciado em 2006 para tratar de problemas de saúde. Ele se tornou “El Comandante” de Cuba, em 1959, quando depôs o governo local por meio de uma revolução. Seu irmão Raul atualmente governa o país.

Segundo a Anistia Internacional, os principais problemas do país são a liberdade de imprensa e a perseguição a presos políticos. Toda a mídia impressa e audiovisual pertence ao Estado.

A Human Rights Watch destaca que outro problema grave da ilha é a má-situação das prisões cubanas. Elas são superlotadas e os detentos enfrentam freqüentes abusos físicos e sexuais. O país é o quarto colocado no ranking de falta de liberdade de imprensa.

Líbia

No poder desde 1969, Muammar al-Gaddafi, ensaiou uma aproximação com o ocidente desde 2006. Ainda assim, o país ainda viola os direitos humanos, segundo a Human Rights Watch. Mulheres e garotas suspeitas de “transgredirem códigos morais” são detidas indeterminadamente em “casas de reabilitação” Muitas delas não cometeram crimes. Algumas foram estupradas e rejeitadas pela família e não podem deixar a instituição até que algum homem assuma sua custódia ou se case com ela.

De acordo com a Anistia Internacional, a polícia frequentemente abusa do uso da força. Neste ano cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino suspeitos de contaminar crianças com HIV escaparam da pena de morte após um acordo mediado pela França. Há indícios que as confissões foram obtidas sob tortura. A Líbia é marcada também por ter a terceira imprensa mais censurada do mundo.

Egito

O Egito é governado desde 1981 por Hosni Mubarak, que sucedeu Anuar Sadat, no comando do país. Nas últimas eleições, em 2005, apareceram fraudes contra a reeleição do presidente. O Egito ainda vive sob estado de sítio. A Human Rights Watch apontou exagero no uso da repressão contra dissidentes no último ano no país.

A Anistia Internacional destaca que o governo egípcio usa prerrogativa da guerra contra o terror para perseguir e torturar dissidentes. No ranking da falta de liberdade de imprensa, o Egito é o 58º.

Zimbábue

Desde 1980, o Zimbábue é governado por Robert Mugabe. Conhecido pelo comportamento homofóbico, o presidente deste país africano tem se reelegido em meio a denúncias de fraude eleitoral.

Segundo a Anistia Internacional, no último ano, diversas pessoas que protestaram pacificamente por democracia, foram presas. A polícia é acusada de torturar ativistas dos direitos humanos.

De acordo com a Human Rights Watch, Mugabe tem atacado a liberdade de imprensa e membros da oposição enquanto a fome e a epidemia de HIV se espalha pelo país. O país é o oitavo no ranking de censura à imprensa.

Sudão

Tido como palco da maior crise humanitária dos tempos modernos, o sudão é uma ditadura militar governada por Omar Al-Bashir, que tomou o poder em um golpe em 1989. A guerra civil na província de Darfur consome o país. Milícias tribais e grupos apoiados pelo governo lutam contra o Movimento pela Libertação do Povo Sudanês (MLPS). O confronto gerou milhares de mortos e centenas de milhares de refugiados.

A Human Rights Watch classificou as condições dos direitos humanos no sudão como imensuráveis. O país é o 19º no ranking da falta de liberdade de imprensa.

Turcomenistão

Um dos países mais fechados do mundo, o Turcomenistão passou por uma troca de governo no fim de 2006. O ditador Saparmurat Niyazov morreu em dezembro último e uma eleição foi convocada e vencida por seu sucessor, Gurbanguly Berdimuhammedow, com 89% dos votos. Todos os candidatos eram do partido de Nyazov, que governou o país desde a independência da União Soviética, em 1991. De acordo com observadores internacionais, o novo pleito não foi “nem livre, nem justo”.

De acordo com a Human Rights Watch, para prevenir que informação não-censurada saísse do país, o governo silencia jornalistas e ativistas dos direitos humanos pela força. A Anistia Internacional aponta que a violência doméstica contra mulheres é um dos problemas do país, o vice-campeão da censura no mundo.

Usbequistão

Assim como alguns de seus vizinhos na Ásia Central, o Usbequistão se transformou em governo de um homem só após o colapso da União Soviética. Islom Karimov governa o país desde 1990. Ele foi reeleito três vezes por meio de referendos não reconhecidos pelos observadores internacionais.

As condições dos direitos humanos no país se deterioraram em 2006, segundo a Human Rights Watch. Jornalistas foram presos, ou fugiram do país, que é o sétimo no ranking mundial da censura. A Anistia Internacional destaca a falta de liberdade religiosa como um dos problemas do país.

(Fonte sobre as ditaduras: Último Minuto)

Um comentário:

Anônimo disse...

sendo assim fica tudo como está...

glorinha...vc é tão Pomar e Sader que dá até dó

Quando vc terá opinião própria??