15 março 2008

Um pouco de História

1892: Primeiro Congresso Sindical Alemão

No dia 14 de março de 1892, começou em Halberstadt, o Primeiro Congresso Sindical Alemão.

Foi Carl Legien quem abriu, no salão de dança de um restaurante em Halberstadt (na Saxônia-Anhalt), a Conferência de Fundação da Comissão Geral dos Sindicatos da Alemanha. Ao todo, 57 entidades independentes decidiram, nesta data, criar uma central sindical. Legien e seus companheiros haviam empreendido inúmeros esforços e sofrido incontáveis perseguições até este dia.

Ainda em 1878, o chanceler imperial Otto von Bismark (1815-1898) conseguira aprovar no Parlamento Imperial – o Reichstag – a "lei contra as perigosas reivindicações da social-democracia" também chamada de "lei dos socialistas". Até a sua revogação no final de 1890, muitos sindicatos foram desmantelados e proibidos. Mesmo assim, essas organizações contavam com cerca de 850 mil filiados, por volta do ano 1900.

Nesta época, passou a predominar entre os líderes sindicais a idéia de mudar a sociedade através de reformas e não mais por meio de revoluções. Mas, somente após o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, os sindicatos seriam reconhecidos oficialmente como representantes dos trabalhadores. Em 1933, os sindicatos livres foram esmagados pelos nazistas, enquanto as associações cristãs e liberais foram forçadas a se autodissolverem.

Diferenças entre Leste e Oeste alemães

Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, os trabalhadores voltaram a se organizar. Na Alemanha Ocidental, havia liberdade sindical; na Alemanha Oriental, os sindicatos estavam subordinados ao regime comunista do Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED). Desde aquela época, eles conseguiram extrapolar em muito a sua meta inicial de "melhorar a situação social de seus filiados, através de conquistas salariais e redução da jornada de trabalho".

Fazendo-se uma retrospectiva dos 50 anos de democracia na Alemanha, após a 2ª Guerra Mundial, constata-se que o movimento sindical já obteve importantes vitórias. Isso, segundo o DGB, inclui principalmente duas áreas: a conquista de amplos direitos de co-gestão empresarial e a equiparação do padrão de vida dos trabalhadores ao desenvolvimento econômico geral do país.

Naturalmente, os sindicatos – não só na Alemanha –enfrentam novos desafios, devido ao processo de globalização da economia. Na Europa, esse processo exige inicialmente uma maior coordenação entre as entidades nacionais representativas dos trabalhadores, o que tem conseqüências supranacionais.

Apesar da ampliação das atividades dos sindicatos para além das fronteiras nacionais, é um fato inegável que o número de sindicalizados diminui na Alemanha. Uma das explicações para este fenômeno é o aumento do número de desempregados. Por outro lado, os sindicatos têm dificuldades de conquistar novos filiados em setores econômicos promissores, onde ocorrem mudanças nas formas de participação e co-gestão. Isso vale principalmente para as áreas dominadas por jovens, mulheres e mão-de-obra altamente qualificada.

Otto Busch (gh)

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