No Brasil sai a Igreja, entra o Estado. Na Alemanha sai o Estado, entra a Igreja
O texto 'Bispo rancoroso contra tudo e contra todos' do jornalista Oldack Miranda, publicado no seu blog Bahia de Fato, destrincha um pouco do que se passa por trás da discussão em torno do aproveitamento de menos de 10% das águas do rio São Francisco.
"E o bispo mente propositadamente quando afirma que o governo Lula transformou o povo em esmoler. Ele sabe muito bem que 400 anos de história transformaram parte do povo brasileiro em esmoler. O programa Fome Zero, o Bolsa-Família, os programas de distribuição de renda são a resposta mais eficiente que um governo já deu a essa situação até hoje."
A Igreja Católica no Brasil, e no resto do mundo, teve papel importante na amenização da fome e da miséria dos despossuidos. A ajuda dada por ela, porém, sempre passou pelo termo 'caridade'. O donativo ou esmola aos pobres eram dadas quando estes batiam à sua porta. O padre, piedoso, estendia a mão. O pobre, o miserável ficava-lhe devedor.
O Bolsa Família retira da Igreja e dos coronéis o poder de manipular a população. A entrada do Estado como agente distribuidor permanente da riqueza produzida por todos dispersonaliza a relação. O indivíduo recorre quando necessita. E reclama, se necessário, se não for atendido. O necessitado não mantém relação pessoal com o Estado.
O Estado não faz favor. Faz obrigação.
Pulando para a realidade alemã. O Estado alemão ainda protege seus cidadãos. Dá-lhes casa, comida e médico de primeira, quando necessário.
No governo anterior do SPD, de centro-esquerda, o Estado Social alemão foi minado. O partido do Schroeder mais parecia o CDU da Angela Merckel, neoliberal até o último fio do cabelo. A proposta desses dois partidos é implantar o Estado Mínimo e entregar o social para a Igreja.
Se depender deles os pobres da Alemanha passarão a viver da caridade da Igreja. Torna-se-ão mendigos. O que certamente alegrará certos setores da Igreja mundial.
É arrepiante! É revoltante.
Enquanto na Alemanha setores da sociedade deseja o retorno à Idade Média, no Brasil, o bispo de Barra dom Cappio deseja a manutenção do Estado medieval.
O Bolsa Família retira da Igreja e dos coronéis o poder de manipular a população. A entrada do Estado como agente distribuidor permanente da riqueza produzida por todos dispersonaliza a relação. O indivíduo recorre quando necessita. E reclama, se necessário, se não for atendido. O necessitado não mantém relação pessoal com o Estado.
O Estado não faz favor. Faz obrigação.
Pulando para a realidade alemã. O Estado alemão ainda protege seus cidadãos. Dá-lhes casa, comida e médico de primeira, quando necessário.
No governo anterior do SPD, de centro-esquerda, o Estado Social alemão foi minado. O partido do Schroeder mais parecia o CDU da Angela Merckel, neoliberal até o último fio do cabelo. A proposta desses dois partidos é implantar o Estado Mínimo e entregar o social para a Igreja.
Se depender deles os pobres da Alemanha passarão a viver da caridade da Igreja. Torna-se-ão mendigos. O que certamente alegrará certos setores da Igreja mundial.
É arrepiante! É revoltante.
Enquanto na Alemanha setores da sociedade deseja o retorno à Idade Média, no Brasil, o bispo de Barra dom Cappio deseja a manutenção do Estado medieval.
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