18 dezembro 2007

Chega de chorumelas

Esse é o título do artigo do ex-ministro Antonio Delfim Neto, no Valor de hoje (só para assinantes), onde ele analisa o desempenho da economia no governo Lula em comparação com o quadro caótico deixado pelo ex-presidente FHC.

“É evidente a melhoria ampla, geral e irrestrita. Ela se deve às políticas econômicas e sociais radicalizadas no governo Lula, melhor focadas e ajudadas por uma forte expansão do comércio mundial. Sem a última, o Brasil teria corrido pela terceira vez em cinco anos ao FMI, confirmando a profecia corrente em 2002, entre os educados intelectuais, que o Brasil testemunharia rapidamente a desmoralização do presidente "despreparado". Para ele a história reservava o título de "Lula, o breve". A conjectura tinha fundamento: em dezembro de 2002, FHC deixou inflação anualizada às voltas de 30%; crescimento ridículo de 2,7%; déficit em conta corrente de US$ 186 bilhões acumulado entre 1995/2002 (a despeito das apressadas privatizações) e dívida externa igual a 3,8 anos de exportações. Entre 1995 e 2002, estas haviam crescido à ridícula taxa de 3,8% ao ano, enquanto a dívida externa de médio e longo prazo se acumulava à taxa de 6,6% ao ano. A "trombada" era, portanto, tragédia anunciada. É isso que explica (muito melhor do que algumas formulações acadêmicas) boa parte do imenso "risco" que o mercado atribuía ao Brasil naquele momento. Em dezembro de 2002, os intelectuais "sabiam", por uma simples e sólida razão, que o país estava sendo entregue praticamente falido: a dinâmica do endividamento externo era incapaz de ser sustentada pela dinâmica das exportações”, diz o artigo.

“As oposições têm que deixar de chorumelas e colocar de lado o espírito de diretório acadêmico exacerbado da semana passada. Há um universo de políticas e propostas que podem garantir a consolidação e aceleração do desenvolvimento econômico, com estabilidade interna e externa e maior igualdade de oportunidades. Façam delas um bom programa alternativo para competir em 2009 e dêem ao governo a oportunidade de completar o que está tentando fazer”, conclui.

do blog do Dirceu

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