21 agosto 2007

A toga, a venda e as escutas sem provas

Blog do Mino

Ministro de Supremo Tribunal Federal, instância máxima da Justiça, trovejam contra suspeitas de grampo, ali mesmo, na “mais alta corte”. E por onde andem, quando tiram a beca. Ou não tiram? Pelo prazer que sinto acompanhar o gesto de vesti-la, sofrem, imagino, ao despi-la. Quatro deles lá estão, na capa da revista Veja desta semana, e voltam a aparecer nas páginas internas, juntamente com dois outros pares. O único que parece não ligar para a beca é Eros Grau, deixa-se fotografar sem ela. Já o ministro Celso de Mello diz que “a interceptação telefônica generalizada é indício e ensaio de uma política autoritária”. O grampo tem raízes fundas no Brasil, legal e ilegal. E é inegável que não soa correta a atuação de policiais e advogados que passam informações sobre grampos, e até gravações, a jornalistas disponíveis e, se possível, de larga audiência. Mas que dizer de ministros do STF, representantes supremos da deusa vendada, a se abalarem em pretensas denúncias, baseadas em suspeitas? E ao surgirem, graves e sombrios, na capa de Veja pretendem assustar os leitores da revista de maior tiragem, algo próximo de 4 milhões, provavelmente, segundo os cálculos dos mídias. Pretendem criar temores e inquietações, como se estivéssemos às vésperas de um terremoto. Baseados em suspeitas? Senhores juízes, cadê as provas? Coisa parecida aconteceria em um país civilizado e democrático, a viver um autêntico, indiscutível, Estado de Direito?

Comentário meu: essa história dos juízes do Supremo na capa da 'Veja' denunciando suposições é de lascar. Estou começando a achar que os togados acham, como azelites, que o povo brasileiro é idiota.

Nenhum comentário: