O governo de Israel se utiliza da política do medo para apoiar o ditador Hosni Mubarack e seu regime em agonia
Política do medo. É desse jeito que o governo israelense, chefiado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, se posicionou pela primeira vez sobre o levante popular no Egito após dias de “neutralidade”. Na segunda-feira 31, em um encontro com a chanceler alemã Angela Merkel, em Jerusalém, o premier disse que Israel é “uma ilha de estabilidade na região” e demonstrou preocupação com as “rápidas mudanças sem aspectos de democracia moderna” que acontecem no país vizinho, como já se passara no Irã na revolução de 1979: “Irá acontecer uma insurreição de um regime opressivo radical muçulmano.”
“O governo israelense se utiliza desta política desde a sua criação. Israel precisa parar de representar a fronteira ocidental no Oriente Médio. O status quo não dá mais para ser mantido”, afirmou o jornalista israelense, de origem francesa, Michael Warshawski, fundador do Centro de Informação Alternativa (http://www.alternativenews.org/), criado em 1984 para dar outra visão do conflito israelense-palestino.
O levante popular que levou mais de um milhão de pessoas as ruas do Cairo nesta terça-feira 1 coloca em xeque o acordo de paz entre Israel e Egito assinado em 1979. “Israel controla o seu povo com o medo. O alvo da vez é o fundamentalismo islâmico, representado pelo Hamas na Faixa de Gaza. O mesmo artifício está sendo usado com o que está acontecendo no Egito”, completa.
Enquanto o Cairo, Alexandria e outras grandes cidades egípcias pegavam fogo, o governo do presidente Hosni Mubarack pedia autorização a Israel para transferir um contingente de 800 soldados ao Sinai, região de fronteira com Israel, para negociar a revolta beduína na península. A presença de tropas no Sinai é uma infração ao Tratado de Paz de 1979, que exige que a área, anexada a Israel após a Guerra dos Seis Dias de 1967, seja completamente desmilitarizada. No mesmo dia, tropas israelense foram enviadas à região para conter uma eventual brecha para “terroristas” egípcios atravessarem a fronteira. Israel ainda teme que beduínos também cruzem para o seu lado da fronteira em busca de refúgio.
Nas ruas de Jerusalém, como não poderia ser diferente, o assunto não é outro. No bairro mulçumano da cidade velha de Jerusalém, comerciantes palestinos estão ansiosos pelo desfecho dos protestos contra o presidente Mubarack, que, em pronunciamento, afirmou não pretender se candidatar novamente ao cargo nas eleições marcadas para setembro próximo. “Finalmente as pessoas estão se revoltando contra esses ditadores. Primeiro a Tunísia, agora o Egito. Tomara que isso ajude a nossa causa. Tudo o que queremos é paz”, revela o vendedor palestino Salim Hassan, dono de uma loja de lenços árabes na Rua David, a poucos metros do portão que o separa do bairro judeu.
“O que está acontecendo no Egito e na Tunísia não vai contribuir para a causa palestina diretamente porque há muito tempo está claro o que é preciso ser feito para a criação da Palestina. Com os atuais governantes, Israel e Palestina nunca chegarão a um acordo de paz”, analisa a ativista Angela Godfrey-Golfstein, integrante do Comitê Israelense Contra a Demolição de Casas (http://www.icahd.org/) palestinas em Jerusalém. Coincidência ou não, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou nesta terça-feira 1 que realizará eleições assim que possível. Elas deveriam ter acontecido em 2009, mas Abbas as cancelou sob a alegação de que não realizaria um pleito enquanto a Palestina continuasse dividida politicamente, com o Hamas na Faixa de Gaza e o Fatah na Cisjordânia. O secretário de gabinete palestino, Naim Abual-Hommos, afirmou à AP que o governo estava esperando apenas pelo momento correto para realizar as eleições e que não há nenhuma conexão com as revoltas no Egito.
Política do medo. É desse jeito que o governo israelense, chefiado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, se posicionou pela primeira vez sobre o levante popular no Egito após dias de “neutralidade”. Na segunda-feira 31, em um encontro com a chanceler alemã Angela Merkel, em Jerusalém, o premier disse que Israel é “uma ilha de estabilidade na região” e demonstrou preocupação com as “rápidas mudanças sem aspectos de democracia moderna” que acontecem no país vizinho, como já se passara no Irã na revolução de 1979: “Irá acontecer uma insurreição de um regime opressivo radical muçulmano.”
“O governo israelense se utiliza desta política desde a sua criação. Israel precisa parar de representar a fronteira ocidental no Oriente Médio. O status quo não dá mais para ser mantido”, afirmou o jornalista israelense, de origem francesa, Michael Warshawski, fundador do Centro de Informação Alternativa (http://www.alternativenews.org/), criado em 1984 para dar outra visão do conflito israelense-palestino.
O levante popular que levou mais de um milhão de pessoas as ruas do Cairo nesta terça-feira 1 coloca em xeque o acordo de paz entre Israel e Egito assinado em 1979. “Israel controla o seu povo com o medo. O alvo da vez é o fundamentalismo islâmico, representado pelo Hamas na Faixa de Gaza. O mesmo artifício está sendo usado com o que está acontecendo no Egito”, completa.
Enquanto o Cairo, Alexandria e outras grandes cidades egípcias pegavam fogo, o governo do presidente Hosni Mubarack pedia autorização a Israel para transferir um contingente de 800 soldados ao Sinai, região de fronteira com Israel, para negociar a revolta beduína na península. A presença de tropas no Sinai é uma infração ao Tratado de Paz de 1979, que exige que a área, anexada a Israel após a Guerra dos Seis Dias de 1967, seja completamente desmilitarizada. No mesmo dia, tropas israelense foram enviadas à região para conter uma eventual brecha para “terroristas” egípcios atravessarem a fronteira. Israel ainda teme que beduínos também cruzem para o seu lado da fronteira em busca de refúgio.
Nas ruas de Jerusalém, como não poderia ser diferente, o assunto não é outro. No bairro mulçumano da cidade velha de Jerusalém, comerciantes palestinos estão ansiosos pelo desfecho dos protestos contra o presidente Mubarack, que, em pronunciamento, afirmou não pretender se candidatar novamente ao cargo nas eleições marcadas para setembro próximo. “Finalmente as pessoas estão se revoltando contra esses ditadores. Primeiro a Tunísia, agora o Egito. Tomara que isso ajude a nossa causa. Tudo o que queremos é paz”, revela o vendedor palestino Salim Hassan, dono de uma loja de lenços árabes na Rua David, a poucos metros do portão que o separa do bairro judeu.
“O que está acontecendo no Egito e na Tunísia não vai contribuir para a causa palestina diretamente porque há muito tempo está claro o que é preciso ser feito para a criação da Palestina. Com os atuais governantes, Israel e Palestina nunca chegarão a um acordo de paz”, analisa a ativista Angela Godfrey-Golfstein, integrante do Comitê Israelense Contra a Demolição de Casas (http://www.icahd.org/) palestinas em Jerusalém. Coincidência ou não, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou nesta terça-feira 1 que realizará eleições assim que possível. Elas deveriam ter acontecido em 2009, mas Abbas as cancelou sob a alegação de que não realizaria um pleito enquanto a Palestina continuasse dividida politicamente, com o Hamas na Faixa de Gaza e o Fatah na Cisjordânia. O secretário de gabinete palestino, Naim Abual-Hommos, afirmou à AP que o governo estava esperando apenas pelo momento correto para realizar as eleições e que não há nenhuma conexão com as revoltas no Egito.
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