21 junho 2007

Lula e o momento econômico

Em entrevista ao Valor, ontem, Lula foi claro: "Penso que não deveremos fazer mais sacrifício, reduzindo a meta". Além de se declarar satisfeito "com a inflação do jeito que está", o presidente aponta outro símbolo das boas condições da economia brasileira: o país pode atingir a marca de US$ 200 bilhões de reservas cambiais ainda este ano. Hoje, as reservas já somam US$ 143 bilhões e "vamos chegar lá (aos US$ 200 bilhões)", antecipa. Lula lembra quando foi à Índia, em 2004, saiu de lá "com inveja", porque o país tinha US$ 100 bilhões de reservas. O presidente acha que o Brasil tem de aumentar as importações e é firme na questão cambial: "O câmbio flutua" e "não haverá mágica". Ao mesmo tempo, entende que o país não deve se furtar de fazer política industrial que ajude as empresas a se tornarem mais competitivas.

Os momentos de maior sacrifício na política fiscal já passaram e o presidente, agora, acredita que o crescimento da economia ajudará a concluir o processo de ajuste. Isso, porém, não exclui da agenda três reformas, que espera ver encaminhadas ainda em seu governo: Previdência, trabalhista e tributária. "De um lado, o mundo mais liberal acha que vamos resolver o problema da humanidade fazendo arrocho na previdência. Do outro, há setores da esquerda que acham que tudo vai ser resolvido quando os juros baixarem. Na minha opinião, pela prática de 4 anos e meio de governo, não é nem um nem outro".

Para Lula, essas reformas são necessárias, mas, por enquanto, "não são imprescindíveis" para assegurar o crescimento sustentado. Ele pretende usar esse espaço para debater e chegar a um consenso. "toda vez que se tenta fazer uma reforma com o Executivo pensando e mandando para o Congresso ela não acontece". O presidente defende a reforma política, o voto em lista flexível e o financiamento público de campanhas.(Valor Econômico)

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